terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Conto Confronto II. Enfim Sóis

Uma hora enfim, quando não mais se sabe de encantos, a personagem fria levantou-se e disse:

“Muito obrigada pelas flores que hoje são insultadas em frieza. Agradeço a desilusão em nota maior e as doses de tortura somadas ao fim. Reservo-me os direitos de ficar assustada, raivosa, translúcida, olho bem aberto para a frieza entrar. Me reservo o silêncio nobre, aquele que tudo diz.
Ofereço-te uma consciência tranqüila e toda paz de espírito que puderes se permitir. Devolvo-te as sombras em abraços, os terrores do passado e as melhores gargalhadas.
Enlouqueço-me nas contradições, te odeio nas horas vagas e me perco em vício desmerecido.
Eu sei exatamente o que não preciso.”

Em alvorada, o personagem rude se deitou. E não precisou mais sonhar com ela. Haveriam de pertencer a outras horas da madrugada.

Um comentário:

L-nise disse...

que bunito! *.*

começa cinza e termina... laranja. Lindo!