segunda-feira, 28 de abril de 2008

Um porém terrivelmente gostoso...

Andando com o vento penso melhor, parece impulso, mas é quase razão.
Ainda ontem eu estava fora do contexto de tudo, acordei com um rompante, um grito absurdo e cheio de vermelho, e saí com todos os rumos do mundo pressionados no meu corpo. Adorei.
Mergulhei tensa e saí abençoada de todos os modos inimagináveis que se puder descrever...
continuo
andando com o vento distraída da dor,
contraída de tesão juvenil pela vida,
estou sorrindo e preciso recuperar as horas largadas, preciso alterar as cores, fazer mais um contraste, um contrato, rasgar pequenas decepções e seguir, para todos os rumos do mundo, irresponsável, ou respondendo só o que me apetece.
Eu amo.
Eu soul toda amor.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

da arma maior

armação

da alma maior

solidão

pós materno.

Sou uma concretinista.
Concretinos.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Explica-me o que te encantas...

Alguns abraços me apertam e fazem o sentido escorrer...esvazio-me, quando não, ex-vazio-me. Penso nas horas furtivas, nos minutos degustados sem pensar, nas escorregadias manobras onde horas depois soergo-me definitiva, tão definitiva quanto uma dúvida. Traria mais segurança se eu decidisse, traria mais tédio também... menos tesão, menos vida. Os sentidos que a vida coloca são inúmeros: escolheria eu falar do preço da comida ou das guerras? Ou comentar que a natureza está aí, como sempre esteve e sempre vai estar...nós babacas que tentamos 'salvá-la' de nós mesmos vamos sumir, e ela vai se reerguer... Eu poderia comentar da fome, da miséria, da corrupção que faz a minha, e a vida de tantos, mais e mais complicada nos trâmites burocrático-financeiros...
Mas o incrível, porém real, é que escolho discorrer e escorrer sobre os sentidos, os quereres, os tácitos momentos, as gotas d'agua, os olhares, as luzes... tantas notas musicais que promovo aqui, ali, acolá...É gostoso, é um incômodo até, trabalhar com essa parte do ser humano que faz todas as outras acontecerem, que faz tudo enquanto ser um caos delicioso.
Alguns dizem que para mim tudo é muito escorrido e gostoso, que para mim tudo é muito molhado ou tesudo, que eu deixo nebuloso ou que sou sonsa mesmo... Apenas escolho esses caminhos por me darem prazer, seria eu uma folha de papel amassada, ou um balão murcho no fim de festa se não falasse sobre isso... Seria eu apenas mais uma palha escorando a agulha que caiu no palheiro, enquanto que almejaria ser a tal da agulha.
Sentir é.
São essas luzes que recheiam nossa carne e que fazem com que o resto da engrenagem se mova,... seja ela o tal comboio coração, ou a massa cinzenta e brilhosa, são essas luzes que me encantam... até quando estão apagadas.

terça-feira, 1 de abril de 2008

Proclamação da Penumbra

Cerrados olhos se abrem:
As cores estupradas de luz
agora são frias...
almejam coisas quentes!
Tudo espasmo dilatado
no desejo de per ver, ter!
No desejo de tocar
de comer com os lábios que têm cílios.

Olha, ela dominou o instante
com música contemporânea,
tempero decente,
momento molhado: penumbra!

Parece leve a densa dolorida
Parece leve a ausência que consome
Perece tudo quanto,
tudo enquanto,
quase como!