Talvez eu vá para o inferno
e leve comigo dezenas de risos descontrolados
e me pergunte por lá porque hoje é sexta-feira
e porque existem as horas
ou qual rumo devo tomar
quando meu rosto estiver salgado de raiva?
E que dia é o dia certo?
Que minuto é o minuto de voltar?
Tudo se regenera por agora
o tempo não me persegue mais.
Tenho vontade de dizer boa noite
Vírgula
mas minha mão não se consola e quer conversar
quer conversar comigo
Travessão
Senta aqui meu bem
segura o meu tendão
estou caindo e o suor frio me espera
junto àquele inferno do início
onde bocas famintas
aguardam o prato
sou apenas um jantar medroso
Boa noite.
(Ela se entrega e vai para a cama.)