Essencialmente me encaixo nas almas sonhadoras com olhos bem abertos sempre encarando os detalhes. Um susto ou um choro quase sempre preso na garganta, uma lágrima prestes a romper a realidade. Outro ponto interessante é que recentemente tenho estado mais tempo a sonhar do que a viver o que me faz menos tangível a cada instante. Quando não sonho são os hiatos, terríveis hiatos que me carregam a alma e as poesias.
(...) Nunca saberemos até que ponto as nossas vidas mudariam se certas frases ouvidas mas não percebidas tivessem sido entendidas, O melhor, penso eu, seria começar por não fazer de conta que não percebemos as outras, as claras e directas, Tem toda razão, mas há pessoas a quem atrai mais o duvidoso que o certo, menos o objecto do que o vestígio dele, mais a pegada na areia do que o animal que a deixou, são os sonhadores (...)
(...) Nunca saberemos até que ponto as nossas vidas mudariam se certas frases ouvidas mas não percebidas tivessem sido entendidas, O melhor, penso eu, seria começar por não fazer de conta que não percebemos as outras, as claras e directas, Tem toda razão, mas há pessoas a quem atrai mais o duvidoso que o certo, menos o objecto do que o vestígio dele, mais a pegada na areia do que o animal que a deixou, são os sonhadores (...)
José Saramago, In: História do cerco de Lisboa. Pág. 265 e 266
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