Hoje me agride o lirismo ufanista
me cansei de flores coloridas e perfeição
quero a falha
lamber o sangue e as feridas
Hoje o que me faz poesia
é o calor subindo do asfalto
a explosão dentro do grito
real, cru e seco
Hoje o humano me toca
no cerne e na carne,
quase sempre quente,
no olho violentado
da imundície do crepúsculo
Hoje, no desafio da lógica,
fazer do concreto música e poesia,
só me cansa o lirismo do impossível
literatura de beira de abismo
amor invisível ao chão
quarta-feira, 23 de setembro de 2009
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3 comentários:
adorei o poema. Lamber ferida é comigo mesma.
beijos e queijos
rosa kapila
www.rosakapila.zip.net
tão lindo, intenso e poético^^ queria poder fazer isso^^
beijo!
Linda a poesia!
Bjo!
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