quarta-feira, 24 de junho de 2009

Toda lucidez será castigada

Existe uma tempestade não muito longe daqui. Vivo na iminência dela. O ar ao meu redor está sempre pesado e o sol não é uma opção. Muitos não entendem o que digo ou sinto, mas sei que há uma tempestade não muito longe daqui. Quando eu tinha 9 anos me senti tão perto desse temporal que parecia chover dentro de mim. Hoje sou muitas e todas ficamos tensas quando a tempestade se aproxima. É que ficamos com o corpo febril, o ar estranho nos torna densas. Os olhos ficam bem abertos, alta percepção, uma grande angular que captura as essências das imagens.
Há uma tempestade não muito longe daqui e ela sempre tem raios. Eu sei pois o céu pisca estranho quando ela se aproxima, sei do cheiro de ozônio, sei do medo de trovão. A tempestade me persegue mas nunca me alcançou na vida por isso é que ando quase sempre alterada Tenho medo da tempestade: ela pode me cegar, me d i s s o l v e r , me entregar...

2 comentários:

Aline Chaves disse...

eu é q sou demente...
"vou pra rua e bebo a tempestade"

beijo!

Adler disse...

Bonito, Laís!
Lembrei agora do Walt Withman: Sou amplo, contenho multidões.

:*