domingo, 21 de novembro de 2010

Veículo QSP!


veículo q.s.p.

é uma fusão co-administração da poesia do grupo ACADEMIA ONÍRICA com a música da banda QUARTERÃO – indicado para o tratamento de qualquer efeito placebo, diz NÃO a toda prescrição manipuladora! – inibidor potente da flacidez do não-dito, do não-feito! – estudos adequados atestam sua eficácia pró-permanência de toda sorte de inspiração, sobretudo as inflamáveis – tais pesquisas também confirmam que a administração de VEÍCULO Q.S.P. concomitantemente com festa, diversão e fúria resultou em um considerável acúmulo de bem estar no paciente, ou melhor, no sujeito – embora estudos de interações com outras drogas não tenham sido realizados, tais combinações podem ser positivas: combatendo ânsia, angústia e medo – existem relatos de que POESIA TARJA PRETA é certeiramente indicada para exterminar, de modo sumário, algemas e o mais que com elas se pareçam – QUARTERÃO é adequado para catalisar o grito primata do homem solar, intermunicipal e provinciano, que se rebela contra as agruras da decrépita cidade frankstein – VEÍCULO Q.S.P. é bem tolerado – as reações adversas mais comumente observadas são reverberações no tempo – isto é, reações adversas, não – o espanto é poético, ou seja: foi, é e será uma QUANTIDADE SUFICIENTE PARA uma reação adverso +

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Questão de perspectiva

Alguns dizem que meu filho é pequeno.
Discordo...
como sempre olho de perto, o vejo enorme.
O maior!

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Liberdade, independência e roupas a secar

Estabeleci meu conceito de liberdade e independência com os pregadores de roupas. Exatamente assim. Quero uma casa grande, alta, ventilada e com espaço para meu filho correr e inventar mundos ao meu redor. Quero continuar sendo criança adulta para ele, uma missão mais que valiosa que assumi ainda menina e, à força, me fiz mulher diante dos fatos.
Os pregadores de roupas são a conseqüência do meu esforço por uma vida independente: um dia, não muito distante, os comprarei para minha casa. Acho o ato máximo de liberdade eu ter meus próprios pregadores, grampos coloridos que irão se perder, multifacetados e infiéis a mim. Meus pregadores, minhas roupas em meu varal!
Este dia glorioso povoa minha imaginação: eu chego em casa, roupas leves num sábado ensolarado (o sol no sábado é mais gostoso, menos agressivo e sempre vem acompanhado de música), pego uma singela peça de roupa molhada, estendo sobre o varal e, com meu pregador, fixo a mesma no tal ato máximo de liberdade. Eu comprei o pregador, ele me obedece, somos moradores dessa mesma casa, posso deixá-lo organizado no varal, solto ao chão, grudado na roupa já seca... posso chorar um dia pregando as roupas, ele, meu confidente.
Num dia qualquer minha raiva pode ser descontada num pregador verde, numa ira sem sentido, arremessado violentamente contra a parede. Ele, mais forte que eu, vai rir do meu ato insano, e vai mostrar que aquilo não serviu pra nada. Vai me observar chorar arrependida, envergonhada de todo o teatro dramático daquele instante, e voltará às minhas mãos, como o meu querido pregador de roupas, a quem posso ser livre. Não existe nada mais vivo e real que colocar as roupas para secar. Nem nada mais livre que ter meu próprio pregador de roupas, no modelo adequado às minhas necessidades, nas cores que desejo, no mundo que construi para mim.