quarta-feira, 28 de novembro de 2007
De quando o mundo me atacou
a cara imberbe
as mãos mergulhadas no vidro:
completamente imóvel.
É.
Eu continuo nua
o frio abre a pele
as marcas perfeitas profundas
corte raso profano
barulho indeciso
não se sabe pr'onde olhar!
Mas onde se sente
não se racionaliza
nem economiza
se derrama, declama:
grita, assusta, empurra e puxa!
Talvez, mergulho denso.
Talvez, molhar descontrolado.
Talvez: é respirar congestionado
Grito no plástico
Sufoco atmosférico
quinta-feira, 22 de novembro de 2007
impressões a mais
É engraçado o encantamento que as situações proporcionam às pessoas. Assim igual a flash no olho; aquela foto inesperada no teu olho bêbado no meio da festa entediante.
Acordar e manter-se com os dois pés no chão após esses encantamentos é o mais complicado... sim é sim! O motivo claríssimo está: sonhar é bom, é bom demais...
Alguns aconselham: “não pense demais...”
Irônico nessa minha mente gravemente grávida de tudo enquanto. Tudo enquanto. Tudo o que mantém, o que fere, o que chora (às vezes de rir).
Não sou moça dos olhos d’água. Sou clara luz com ponto escuro no meio.
Gosto de andar nas calçadas calcadas de pedras aborrecidas que insistem em tropeçar nos meus pés já antigamente feridos.
Seria um band aid a solução?
Com aquela cara abstrata eu posso responder: “eu acho que não”
As pessoas e suas cabeças petrificadas, olhos que acham, pensam, querem ser opacos! Todo dia uma tonelada de sorrisos quer sombrear a realidade já tão feia.
Olha, eu prefiro o pôr do sol, eu prefiro aquela hora que não tem nenhuma brisa, que os cheiros são mais fortes, que todos os insetos cantam, os mais bizarros, os mais sonoros, essa hora em que os pássaros se aninham produzindo uma profusão de ruídos, ruídos, barulhos ensurdecedores e fortes...
A força. À forca já fui, várias vezes, e a corda arrebentou. Arrebento, rebento que vem ao mundo e não precisa apanhar para vomitar o grito, grito gostoso de liberdade, autonomia. Autonomia que esbarra na parede. Autonomia que corre com pneus furados.
Pneumático.
Asmático.
Gostoso sentir.
Ainda quero me constituir, reconstruir nas palavras que significam o universo: a ânsia a ânsia idade...
Ainda quero advertir antes dessa profusão sem limites. (seria séria igenuidade)
Concentração dilascerada...
A que horas posso retornar?
Não fosse
É nesse fosso de sexo
Que sempre se empurram os corpos
Que burlam a cor das rotinas
Que subjugam, sentidas, as vidas
O fosso
Que tem o cheiro secreto
Que molha, consome tão rápido
Que morde e rasga o profundo
(profano!)
O fosso
As flores comparam-se aos órgãos
Os dedos, os ossos, os olhos,
O grito, o gozo, a luz...
O fosso!
Vontade que nunca se esvai
(não há tempo)
Não há suor que valha
Não mate nunca essa sede!
Vem aqui, deita, descansa...
Coloca nos olhos os lábios,
Não reclame posse ou presença,
Que ainda o corpo se joga,
Se mata esvaindo no fosso,
Profundo e escuro de sexo.
quinta-feira, 15 de novembro de 2007
espasmos/ ex pasmos
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Go!
A vida passou!
ou foi o automóvel?
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Realize!
A vida
pode ser easy!
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é né?
um jeitinho desesperado de abraçar
uma tonelada de viagens malucas
todo dia vem uma hora de paz
duas de falatório
interrupção
sorriso
Mas todo dia eu digo
todo dia eu repito
as mesmas bobagens
acredite!
No mundo todo
tudo é o mesmo
só muda a cor
dos olhos
pele
cabelos
só muda a sintaxe
talvez o cheiro
só muda o tempo
frio
ou o tempero
acredite!
no mundo inteiro
é tudo o mesmo
sentir intenso
ou matuto esconder
é sempre o mesmo
a mesma
os mesmos
hipócritas
é sempre o mesmo
a esmo me despeço
e peço
peco
dizendo o mesmo
acredite!
quarta-feira, 7 de novembro de 2007
. . .
A van vai
O vento vem
E aqui
Aquém
Palavras de memórias
Contextos diluídos
Sentidos reprimidos
O que ser?
A liberdade me comove
O corpo move
E eu me vou
Eu de novo
Nossas doses
Conteúdos de todo dia
Cidade
Agonia
Ainda ainda
Muito, demasiado
Ambígua mulher
Ambígua mulher.