segunda-feira, 24 de maio de 2010

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Se é para ser fatal
sejamos
a delicadeza nunca fez
parte alguma
dos modos de meu peito surreal

Temo o depois
de cortes feitos por papel virgem
escorrendo a dois
temo
perder a viagem

Se é para nos quebrarmos
sejamos
o mais puro deleite
fervor
o aparente desconsolo
sentenças instáveis
que abandonam vacilantes
em valsa

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Muitíssimo obrigada

A despeito do que dizem de mau por aí tenho me sentido muitíssimo incentivada e privilegiada a continuar postando por aqui: ferramenta controversa no mundo literário e que nos serve de grande ajuda em dias onde a leitura está espremida entre tempos do trabalho e outros afazeres.

Agradeço, a todos que vem aqui, as mais de 7 mil visitas.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Anotações pós pesadelo.

Aquelas figuras pareciam sonho e desapareciam com um toque dos dedos ansiosos e suados. Me abracei na medida dos meus olhos: gigantescos e tristonhos. Fui correndo em tua direção e nós nos batemos, violentamente. Violino. Prezo muito pelo som. Os passos foram consumidos por tremores amaldiçoados, dedos presos por costuras numa carne assombrada. Me solta! O ditado é mantido a cada nova respiração congestionada. Me olha... eu fico central, das atenções temidas e desesperos compartilhados. Me vomita! Pulei na tua boca na esperança de nunca mais ser sozinha. Isso soa mal. Morde minha boca, morde...

terça-feira, 11 de maio de 2010

Encontro com o tempo

Hoje estive assim aérea e imaginando que o tempo está sumindo, é entidade falida. Mas só imaginando. Porque a cada gole de cerveja, cada passo no sol, cada riso do meu filho adormecido eu sinto o tempo oxidar até a raiz dos meus cabelos. Eu sinto agora. Amém, que vou sucumbir ao tempo, mesmo sentindo saudades de mim no mundo não quero para sempre viver... eu que amo tanto e tão desesperadamente. Eu que escrevo o que me faz, e existo por isso, através disso. Tudo para existir. Não há remédio para nada, de nenhuma tarja ou posologia. Apenas viver.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Testemunhos à parte

Angústias de sempre:
culpas
medos
relacionamentos vazios

Desejos mais antigos:
necessidade de amor
de fazer algo importante
deixar algum legado

Banal né?
Todos Nós. Emaranhado de nós.