quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

e aí como anda a vida?

Anda diretamente para um caminho sem volta. Anda triste hoje na sua ausência. Anda cheia de sonhos que você deixou. Anda no tormento de uma chuva que vem com sol: "nem o tempo sabe o que fazer"... alguém pronuncia...
Somos um pedaço de carne, disse uma voz forte que mesmo esta fraquejou quando tivemos a certeza de que nunca mais iríamos ver teu rosto, ouvir tua voz, abraçar em momentos de euforia...


Meu mestre kitupira: não há choro que valha, não há palavra de consolo, você nos enganou direitinho...

vai amigo, vai... a gente se vê!


Para Alan Sampaio

sábado, 22 de dezembro de 2007

Incrível é como as pessoas adoram falar sobre as coisas.
coisas.
interessante: as coisas que constróem, destróem, abstraem... corróem.
coisas
essa palavra tão abstrata e redundante nesse texto.
essa palavra que pode causar furor.

continuemos nas coisas enquanto essas mesmas coisas pensam que se disfarçam e refratam na razão, enquanto que os sentidos desnudam todas elas: coisas;

coisas.

...

O sol que afugenta os pensamentos.
A fome que arremata, arrebata e arrebenta a cultura.
O barulho que enlouquece os sentidos.
A cidade se apresenta sem preces.

A cidade e suas marionetes.
A cidade e seus fantoches.
A cidade que se perde e me pede: me leia!
me descubra!
me possua!

A ser assim cidade
com suas veias entupidas.
Com o coração na iminência de enfarte!
Com o cérebro luminoso fluorescente.
Pisca, pisca e pisca e queima de repente...!
E dói e mastiga os temperos da vida.

Cidade de ambíguos umbigos ambiciosos.
Cidade movimento
músculo
nascimento.
Transparência que mostra os mascarados vampiros
a bailar
olhos, olhos, olhos nos olhos de espíritos que tentam escapar...

Sorriso amargo na cidade desespero.
Alguém pinta uma placa
nomeia uma rua sem calçamento
a rua sem ambições:
"rua do disprezo e da escuridão"
Precisa-se nomear mais?
Precisa-se especular poetica-inutil-mente a respeito?
Os olhos se fecham
na tentativa de escapar
às acusações na esquina do tempo.

Esquina do tempo: ninguém se esquiva.
Cidade, ...domínio.
Aleijão da terra.
Cidade, ...desperdício de força.

Pessoas que desejam máquinas que compreendam
pessoas que desejam camas macias com outras
pessoas que gritam tanto o dia todo com
pessoas que queriam vida, sedentas, no entanto só se deparam com mais
pessoas e seus espetáculos particulares, e seus sorrisos malabarísticos,
e seus sonhos e desejos que culminam na desesperadora necessidade
de amor.
Mesmo que seja o amor próprio.

Pensar bem,

passar bem!

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

No aeroporto

não há abraço que abarque
o embarque imediato.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

sem título

Já não ouço mais
O tempo sempre relativo
O mundo como tudo abstraindo
Parindo personas
Pessoas redundantes
Leviatãs devorando erudições
Vomitando palavras rôtas
Repetindo alternativas
Absurdas vidas
Alterando (de) formações

Adivertidos humanos!

sábado, 1 de dezembro de 2007

Tristeresíndia, 02 de dezembro de 2007

Me pergunto da necessidade que essa juventude que se julga pós moderna tem de parecer saber. Devorar informações. Mostrar que leu... É no mínimo patético... Doentio mesmo. Ninguém se preocupa em realmente digerir o que comeu...come e come e come e come...

Agora pouco estive em um desses ambientes de Leviatãs que vomitam erudições rôtas...ambiente que não há palavra suficiente para definir. Arte: era o que se tentava fazer, mas era tão arte pela arte que acabava vazio de significado, vazio até mesmo de sentimento...sem sentido, sem noção. Arte que arde! Parece impossível algo sem alma, mas nem pena era de se sentir.

Amadurecer? Talvez seja preciso bater mais com a cara na realidade...pelo menos parecer real..Chega desse baile sinuoso, dessa vida cheia de cortinas e máscaras absurdas...máscaras nada interessantes, é tudo sem compromisso...brincadeira de crianças que fingem conhecer o mundo, de criancinhas que querem chamar atenção: ó, eu existo com meu cigarros interessantes, ó, eu existo com minhas camisetas de estampas cool...ó, mamãe, vou fazer arte, mas volto 10 horas, ta?

Poupem as pobres almas mortais que não entendem de arte,...vão estudar...trabalhar de verdade, firmar algum compromisso sério para fazer Arte! O mundo, de fato, não gira em torno deles, e se girasse acho que metade da população morreria de tédio e depressão. A vida com certeza é muito mais que isso. A vida, eu nem sei de nada, é muito mais, absurdamente mais e mais...

E outra coisa: existe uma diferença entre falta de conhecimento e estilo. E muitos andam comendo falta de conhecimento e arrotando estilo...Se não aprendeu o que a humanidade vem trabalhando há anos, não me venha com novos estilos! Depois de certo tempo a sua repetição vai agravar a minha tristeza...tédio que evolui para uma depressão aguda! Vamos traçar metas, estudar com a mente aberta, discutir, ouvir...vamos ver o antigo, o chamado “clássico”, se ele recebeu esse nome foi por algum motivo...mesmo havendo toda essa discussão a respeito de cânones...

Vamos ter uma noção para depois criar um algo original Chega de querer ser pura e simplesmente “conceitual”! Conceitual é o dicionário!

Desculpem minha leiguice, mas eu tinha que parir algo a respeito de tantos novos auto intitulados artistas de minha geração...tanta gente tentando parir alguma coisa interessante, e outros (para deleite geral) não necessitam de mostrar o trabalho de parto...o rebento nasce e os apreciadores reais reconhecem um trabalho de boa qualidade.

Passar bem!