terça-feira, 31 de março de 2009

Como se fosse ele



Ela é linda e inconstante. Vive me testando... um dia desses eu me canso, ou bato nela. Tento encontrar alguma falha no fundo do olho dela, alguma desconexão, algum desespero que eu desconheça, e o pior é que encontro, mas não digo nada. Quero que ela venha me dizer. Ela é tão difícil quanto bela. Pessoa diferente, não julgo, só deprecio isso quando ela se acha demais... aí eu piso sem dó nessas viagens dela... é tão linda viajando. Gosto dos cabelos dela... eles guardam mil coisas, guardam palavras e sonhos, guardam meus sonhos quando dormimos juntos. Ela sempre sente frio quando dorme comigo, acho que é charme pra ser abraçada. E eu abraço, sem precisar de charme nem nada. Adoro quando ela fica existindo do meu lado... só existindo ali, sentada, distraída com qualquer coisa que não seja eu. Quando conto alguma história ou ensino algo novo ela fica prestando atenção, calada, me medindo com os olhos escuros... queria saber o que se passa ali. Mas não posso, ou não devo. Ela é louca por mim, apaixonada, tanto que às vezes fico perdido na ansiedade dela. Acho que ela tenta me manipular, mas eu já fiz tanto isso... tanto... que sei de todos os truques. Eu quero tudo pra mim. E sei que consigo tudo. Só não sei quando ... ela é tão inconstante... eu a amo.


domingo, 29 de março de 2009

Luto!

Visitei poucas vezes o Teatro do Dirceu ( sim, é do Dirceu, acho mais belo), mas tenho ciência do trabalho desenvolvido por lá. Meus interesses de ação cultural se manifestaram em outras formas, e mantenho como exemplo o trabalho do Núcleo.
A polêmica que se instaura no presente momento trouxe a mim, como cidadã teresinense, e pessoa que se interessa pelas artes aqui produzidas um profundo sentimento de revolta, mãos atadas, raiva e humilhação. Raiva por sentir mais uma vez que nada funciona em Teresina, que competência não importa se você não agrada aos poderosos, que um círculo pequeno e ridículo é quem manda, e o prefeito dá o aval... Um prefeito que nunca esteve no teatro, nem sei se ele já esteve no Dirceu! Um presidente da fundação municipal de cultura que dita. Punho de aço, mente de pedra.
Me pergunto até quando vamos deixar que isso caia num poço vergonhoso de esquecimento. Até quando vamos assistir mais e mais artistas saírem daqui por não encontrarem espaço... e s p a ç o... lugar, reconhecimento, identidade! O Piauí não tem identidade. Vai morrer e enterrar-se em temas batidos e abatidos... não se fomenta cultura aqui! Se dita! Se grita e a vanguarda se cala. Não há espaço. Não sou do núcleo de criação, sequer sou alguém com voz forte nesta guerra, mas me sinto igualmente violentada, agredida, desde sempre... não há espaço! Eu escrevo, tenho pretensões nesta área, mas me vejo presa a uma "cultura" de publicações pobres, capas exaustivamente repetidas, temas abatidos... eu não vou escrever sobre as mesmas lendas, nem vou sufocar Torquato neto, ou Mário Faustino, nada contra termos conhecimento de nossos ilustres, mas precisamos de espaço, repito! De espaço para inovar: liberdade...
Sinto vergonha de ser piauiense neste instante. Me manifesto como posso, e não vou parar por aqui.

Carta de Demissão de Marcelo Evelin.

.:As Mulheres:.

Frida Kahlo.

Foi desterritorializante me deparar com as imagens de sangue e paixão. Foi violento e delicioso. Ainda o é. Tanto as imagens como a história dela são apaixonantes... Me encontrei com um quadro de Frida por acaso, algum livro solto numa biblioteca da minha infância (foram muitas as que eu baguncei) trouxe aquela pintura dolorida e bela. Cresci com aquilo, e acabei me encontrando com ela novamente, pesquisando, nada mais por acaso, afinal de contas eu virei mulher e pude compreender muito do que Frida exibia, visceral. Tive aulas de amor com Frida. Tive visões de medo, de coragem, de sonhos... ainda as tenho, sempre que possível.
É mais uma das mulheres. Me sinto bem quando tenho esses encontros, eles só aumentam a concepção que tenho de que nós mulheres temos uma linguagem única em comum, desenvolvida a duras penas.

sexta-feira, 27 de março de 2009

De longe

Já dá pra me ouvir meu bem... daí você já pode me ouvir.
Pode vir, o acaso cuida de resolver os nós.
Aqueles nós que insistem em tropeços e lágrimas.
Eu sempre fico de longe gritando, e de perto fico bem grande, tão grande barulho...
Pode vir, eu quero. Já tenho espaço, e não saio correndo, nunca mais fiz isso.
Daqui eu te escutei, te senti.
Já pode ficar. Desde sempre.


segunda-feira, 23 de março de 2009

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Muito obrigada a todos que me ajudam a fazer este blog: visitantes, seguidores, amigos...


Chegamos às 3000 visitas!


Obrigadíssima!


segunda-feira, 16 de março de 2009

Da revelação poética ou devaneio divino

Criar um incômodo tamanho que deixe os peitos todos dilascerados. Escrever, transcrever: melhor ainda, criar uma condição desesperadora.
Que o mundo tema cada verso meu em sabor desconhecido, em grito surdo, sonora agitação em frequência desumana.
Que o timbre da música de antes do antes esteja presa no ritmo de cada quebra, de cada tom, de cada verso meu.
Nenhum verso é meu! Exclamo o porém... pois que saibam, esses versos, caminhar pisando forte em desespero n'alma das pessoas.
O meu canto é visceral, e o meu horror minha companhia: a poesia é rito, magia... os gritos tem marcações secretas, ritmo do fim anterior ao fim. O amor é desespero, e a cólera traz a febre da criação.
O meu canto é real, não existe simbologia na dor e na imagem, tudo é ação.
A minha música se derrama afim, e o triste fim se declina começo, é o paradoxo de olhar no espelho e ver um outro tão ausente.
Os dedos estão amarrados, mas o peito exala sussurros...
É um grito colorido (em predominância a ausência de cor).
O meu canto não é covarde e a explosão agora reverbera em cada célula.
Não quero parar.
Não existem fronteiras.


Gostaria de estar preparada.

sexta-feira, 13 de março de 2009

.: As Mulheres:.



Polly Jean Harvey.

Faz tempo que eu queria fazer isso, não vou escrever nenhum artigo sobre, mas apenas explicitar o quanto sofro influências, etc e tal.
Série das mulheres que também sou. De fato somos muitas "e sempre e tanto"...
Pra começar estamos na música e a Polly encanta, atitude, charme, independência, voz maravilhosa, compositora, atriz ........... traduz tanto, e ainda tem uma cara super marcante: não é o estereótipo de beleza, mas tem traços estupendos... Me sinto por demais. A primeira vez que me deparei com esta mulher foi em um clip estranho do show da PJ no Brasil, fiquei estarrecida, confesso que a encontrei tarde dentro das minhas necessidades de expressão na música, faz 4 anos... mas me sinto feliz de tê-la encontrado.
Não é o que chamo de exemplo, não sofro de inveja como quando odeio o Saramago... ouvi-la é mais como uma tradução.

quinta-feira, 12 de março de 2009

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Acordar com o mundo

que viverei para sempre

que não mais tropeçarei.


Acordar de papel assinado

que não posso me perder

que sentimentos tenham extensão exata

que as medidas das coisas

sejam os centímetros de minhas mãos.


Expressar em esquinas irreversíveis

os desencontros mais esperados

os deveres pesados e loucos

as palavras a balbuciar mundo novo.


Esperar que meu terno ser sirva

de algo na realidade aparente

como um traje de gala

para versar o amor.

Trecho

- Moça, eu adoro tudo que você esconde.

( Príncipe lindo em cima de um cavalo branco)






sexta-feira, 6 de março de 2009

Para Zorbba

quem é do amor não engana
ama mesmo a duras penas
por isso não são pequenas
as doces vezes do amor
quem é do amor é mais quente
viaja contra a corrente
tem sangue de aguardente
nas doces veias do amor

(...)

quem é do amor somos nós
consolo dos idiotas
chave de se abrir portas
dupla que se satisfaz
que amor assim é pros vivos
pros rituais pros sentidos
não é para ser escrito
não é pros livros que se faz

Sérgio Sampaio

quinta-feira, 5 de março de 2009

Resposta

- Bom dia mal humorada!

- Não é mau humor, é meio amor!

quarta-feira, 4 de março de 2009

terça-feira, 3 de março de 2009

... ... . .

Eu sinto demais.
Fico vagueando dentro dessa imensidão de possibilidades.























































é tão chato perecer com esse espaço.
Me entrego demasiado.
Mamãe me disse que é errado.