terça-feira, 13 de julho de 2010

Pausadamente árida

Nem o vento é capaz
de condensar as minhas lágrimas.
Hoje que me faço
ataduras de veludo
aos ouvidos machucados.
Logo hoje
minha coluna
mantida ereta
cabeça erguida
e
na testa
um suor porco.
Me sinto pouco.
Talvez nenhum.
E não choro
águas paradas
lagoas desembocando no caos.
Logo hoje
elegia ao tempo
eu sofro de mundo
e mudo
o vento
a cada instante.
Queria mesmo era chorar.