quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

e aí como anda a vida?

Anda diretamente para um caminho sem volta. Anda triste hoje na sua ausência. Anda cheia de sonhos que você deixou. Anda no tormento de uma chuva que vem com sol: "nem o tempo sabe o que fazer"... alguém pronuncia...
Somos um pedaço de carne, disse uma voz forte que mesmo esta fraquejou quando tivemos a certeza de que nunca mais iríamos ver teu rosto, ouvir tua voz, abraçar em momentos de euforia...


Meu mestre kitupira: não há choro que valha, não há palavra de consolo, você nos enganou direitinho...

vai amigo, vai... a gente se vê!


Para Alan Sampaio

sábado, 22 de dezembro de 2007

Incrível é como as pessoas adoram falar sobre as coisas.
coisas.
interessante: as coisas que constróem, destróem, abstraem... corróem.
coisas
essa palavra tão abstrata e redundante nesse texto.
essa palavra que pode causar furor.

continuemos nas coisas enquanto essas mesmas coisas pensam que se disfarçam e refratam na razão, enquanto que os sentidos desnudam todas elas: coisas;

coisas.

...

O sol que afugenta os pensamentos.
A fome que arremata, arrebata e arrebenta a cultura.
O barulho que enlouquece os sentidos.
A cidade se apresenta sem preces.

A cidade e suas marionetes.
A cidade e seus fantoches.
A cidade que se perde e me pede: me leia!
me descubra!
me possua!

A ser assim cidade
com suas veias entupidas.
Com o coração na iminência de enfarte!
Com o cérebro luminoso fluorescente.
Pisca, pisca e pisca e queima de repente...!
E dói e mastiga os temperos da vida.

Cidade de ambíguos umbigos ambiciosos.
Cidade movimento
músculo
nascimento.
Transparência que mostra os mascarados vampiros
a bailar
olhos, olhos, olhos nos olhos de espíritos que tentam escapar...

Sorriso amargo na cidade desespero.
Alguém pinta uma placa
nomeia uma rua sem calçamento
a rua sem ambições:
"rua do disprezo e da escuridão"
Precisa-se nomear mais?
Precisa-se especular poetica-inutil-mente a respeito?
Os olhos se fecham
na tentativa de escapar
às acusações na esquina do tempo.

Esquina do tempo: ninguém se esquiva.
Cidade, ...domínio.
Aleijão da terra.
Cidade, ...desperdício de força.

Pessoas que desejam máquinas que compreendam
pessoas que desejam camas macias com outras
pessoas que gritam tanto o dia todo com
pessoas que queriam vida, sedentas, no entanto só se deparam com mais
pessoas e seus espetáculos particulares, e seus sorrisos malabarísticos,
e seus sonhos e desejos que culminam na desesperadora necessidade
de amor.
Mesmo que seja o amor próprio.

Pensar bem,

passar bem!

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

No aeroporto

não há abraço que abarque
o embarque imediato.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

sem título

Já não ouço mais
O tempo sempre relativo
O mundo como tudo abstraindo
Parindo personas
Pessoas redundantes
Leviatãs devorando erudições
Vomitando palavras rôtas
Repetindo alternativas
Absurdas vidas
Alterando (de) formações

Adivertidos humanos!

sábado, 1 de dezembro de 2007

Tristeresíndia, 02 de dezembro de 2007

Me pergunto da necessidade que essa juventude que se julga pós moderna tem de parecer saber. Devorar informações. Mostrar que leu... É no mínimo patético... Doentio mesmo. Ninguém se preocupa em realmente digerir o que comeu...come e come e come e come...

Agora pouco estive em um desses ambientes de Leviatãs que vomitam erudições rôtas...ambiente que não há palavra suficiente para definir. Arte: era o que se tentava fazer, mas era tão arte pela arte que acabava vazio de significado, vazio até mesmo de sentimento...sem sentido, sem noção. Arte que arde! Parece impossível algo sem alma, mas nem pena era de se sentir.

Amadurecer? Talvez seja preciso bater mais com a cara na realidade...pelo menos parecer real..Chega desse baile sinuoso, dessa vida cheia de cortinas e máscaras absurdas...máscaras nada interessantes, é tudo sem compromisso...brincadeira de crianças que fingem conhecer o mundo, de criancinhas que querem chamar atenção: ó, eu existo com meu cigarros interessantes, ó, eu existo com minhas camisetas de estampas cool...ó, mamãe, vou fazer arte, mas volto 10 horas, ta?

Poupem as pobres almas mortais que não entendem de arte,...vão estudar...trabalhar de verdade, firmar algum compromisso sério para fazer Arte! O mundo, de fato, não gira em torno deles, e se girasse acho que metade da população morreria de tédio e depressão. A vida com certeza é muito mais que isso. A vida, eu nem sei de nada, é muito mais, absurdamente mais e mais...

E outra coisa: existe uma diferença entre falta de conhecimento e estilo. E muitos andam comendo falta de conhecimento e arrotando estilo...Se não aprendeu o que a humanidade vem trabalhando há anos, não me venha com novos estilos! Depois de certo tempo a sua repetição vai agravar a minha tristeza...tédio que evolui para uma depressão aguda! Vamos traçar metas, estudar com a mente aberta, discutir, ouvir...vamos ver o antigo, o chamado “clássico”, se ele recebeu esse nome foi por algum motivo...mesmo havendo toda essa discussão a respeito de cânones...

Vamos ter uma noção para depois criar um algo original Chega de querer ser pura e simplesmente “conceitual”! Conceitual é o dicionário!

Desculpem minha leiguice, mas eu tinha que parir algo a respeito de tantos novos auto intitulados artistas de minha geração...tanta gente tentando parir alguma coisa interessante, e outros (para deleite geral) não necessitam de mostrar o trabalho de parto...o rebento nasce e os apreciadores reais reconhecem um trabalho de boa qualidade.

Passar bem!

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

De quando o mundo me atacou

Eu estava inerme
a cara imberbe
as mãos mergulhadas no vidro:
completamente imóvel.
É.
Eu continuo nua
o frio abre a pele
as marcas perfeitas profundas
corte raso profano
barulho indeciso
não se sabe pr'onde olhar!
Mas onde se sente
não se racionaliza
nem economiza
se derrama, declama:
grita, assusta, empurra e puxa!
Talvez, mergulho denso.
Talvez, molhar descontrolado.
Talvez: é respirar congestionado
Grito no plástico
Sufoco atmosférico

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

impressões a mais

É engraçado o encantamento que as situações proporcionam às pessoas. Assim igual a flash no olho; aquela foto inesperada no teu olho bêbado no meio da festa entediante.

Acordar e manter-se com os dois pés no chão após esses encantamentos é o mais complicado... sim é sim! O motivo claríssimo está: sonhar é bom, é bom demais...

Alguns aconselham: “não pense demais...”

Irônico nessa minha mente gravemente grávida de tudo enquanto. Tudo enquanto. Tudo o que mantém, o que fere, o que chora (às vezes de rir).

Não sou moça dos olhos d’água. Sou clara luz com ponto escuro no meio.

Gosto de andar nas calçadas calcadas de pedras aborrecidas que insistem em tropeçar nos meus pés já antigamente feridos.

Seria um band aid a solução?

Com aquela cara abstrata eu posso responder: “eu acho que não”

As pessoas e suas cabeças petrificadas, olhos que acham, pensam, querem ser opacos! Todo dia uma tonelada de sorrisos quer sombrear a realidade já tão feia.

Olha, eu prefiro o pôr do sol, eu prefiro aquela hora que não tem nenhuma brisa, que os cheiros são mais fortes, que todos os insetos cantam, os mais bizarros, os mais sonoros, essa hora em que os pássaros se aninham produzindo uma profusão de ruídos, ruídos, barulhos ensurdecedores e fortes...

A força. À forca já fui, várias vezes, e a corda arrebentou. Arrebento, rebento que vem ao mundo e não precisa apanhar para vomitar o grito, grito gostoso de liberdade, autonomia. Autonomia que esbarra na parede. Autonomia que corre com pneus furados.

Pneumático.

Asmático.

Gostoso sentir.

Ainda quero me constituir, reconstruir nas palavras que significam o universo: a ânsia a ânsia idade...

Ainda quero advertir antes dessa profusão sem limites. (seria séria igenuidade)

Concentração dilascerada...

A que horas posso retornar?

Não fosse

É nesse fosso de sexo

Que sempre se empurram os corpos

Que burlam a cor das rotinas

Que subjugam, sentidas, as vidas

O fosso

Que tem o cheiro secreto

Que molha, consome tão rápido

Que morde e rasga o profundo

(profano!)

O fosso

As flores comparam-se aos órgãos

Os dedos, os ossos, os olhos,

O grito, o gozo, a luz...

O fosso!

Vontade que nunca se esvai

(não há tempo)

Não há suor que valha

Não mate nunca essa sede!

Vem aqui, deita, descansa...

Coloca nos olhos os lábios,

Não reclame posse ou presença,

Que ainda o corpo se joga,

Se mata esvaindo no fosso,

Profundo e escuro de sexo.

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

espasmos/ ex pasmos

Toda lucidez será castigada!

_____________________


Go!
A vida passou!
ou foi o automóvel?

_____________________

Realize!
A vida
pode ser easy!

_____________________

é né?

Todo dia vem um sorriso inesperado.
um jeitinho desesperado de abraçar
uma tonelada de viagens malucas

todo dia vem uma hora de paz
duas de falatório
interrupção
sorriso

Mas todo dia eu digo
todo dia eu repito
as mesmas bobagens

acredite!

No mundo todo
tudo é o mesmo
só muda a cor

dos olhos
pele
cabelos

só muda a sintaxe
talvez o cheiro

só muda o tempo
frio
ou o tempero

acredite!

no mundo inteiro
é tudo o mesmo
sentir intenso

ou matuto esconder
é sempre o mesmo
a mesma
os mesmos
hipócritas

é sempre o mesmo
a esmo me despeço
e peço

peco

dizendo o mesmo

acredite!

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

. . .

A van vai

O vento vem

E aqui

Aquém

Palavras de memórias

Contextos diluídos

Sentidos reprimidos

O que ser?

A liberdade me comove

O corpo move

E eu me vou

Eu de novo

Nossas doses

Conteúdos de todo dia

Cidade

Agonia

Ainda ainda

Muito, demasiado

Ambígua mulher

Ambígua mulher.

terça-feira, 30 de outubro de 2007

Retalharrima

O concreto intimida
a lascívia folha te convida
e o devano tempo arrasta
Onde anda tua aurora?

As plantas desafiam
os olhos ardem secos
as mãos congelam na sala
O que perguntar agora?

Nada de beleza
talvez o cru anime
o verso feito de espinho
a falsa cor no cabelo
olhar pintado no espelho
o cheiro de gasolina
Onde esperar pela vida?

As doses de abstrato
desatam nós profanos.
As doses de absurdo
me fazem descer ao paraíso
O que fazer com as letras?

Entre dor, claridade, suicídio...
Só o passado ainda incomoda
Só o sentindo ainda alucina.

Delirante

É como a árvore que segura o firmamento
e as frutas se disfarçam de estrelas,
para mais tarde...
bem mais tarde...
derramarem suas sementes sobre nós,
e estas, estas loucas sementes
vão acabar por fecundar a poesia
a que adormece em minh'alma
e vão acabar por sepultar o meu corpo
a única conexão com esse mundo carrasco

Carrasco de dores férteis
carrasco de amores molhados,
essas flores,
esses dedos,
esses ossos,
e toda carne...

(carrrrrrrne)

Carne, palavra que escorre na garganta.
Garganta, palavra que anuncia as palavras,
palavra que delicia e,
asmática,
nos faz gozar!

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

.

A sós
sois sóis
em sol maior
me vejo em nós.

sábado, 13 de outubro de 2007

Absurdos Advérbios

é uma tal absurda sensação
cheia de modos
que o sentido nunca se concretiza
a palavra nunca vai realizar
o que os poros derramam
e não posso tocar

é uma tal absurda explosão
preferiria a vida real
se não houvesse a leveza do ar
se não houvesse esperteza de ser
de ser assim advérbio-absurdo-desconexo-improviso

de ser assim
bem assim como se deve mudar
como se deve aceitar
de ser
de permanecer
na permanente
imanente
permuta humana.

e pronto!

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

tensão, desabafo de uma repetição

Pois que seja poesia tudo aquilo que tenta voar, mesmo que caia e se machuque no chão!


Quero escrever algum mote diferente, parar de mergulhar, de acordar para dentro...preciso viajar, preciso desaparecer do mesmo universo que frequento, preciso não sucumbir às tentações do infinito! Quero mudar o mote, de um beijo, de uma dor de poesia para uma prosa mais concreta,... sério! Queria falar de umas pedras, ou quem sabe do país tropical em que vivo, ...mas porventura pode ser que eu venha a escrever a respeito de dores alheias e impressões apenas...
Alguma poesia que não rime de novo, que não seja inefável...eu quero algo escroto! Quero uns motes mais imundos, in-mundos, talvez mudos, ou que só saibam se mover disformes e dispostos a voar sozinhos...
quero falar de dentro mais não...
de dentro demais não
de mais não
ainda volto aqui de punhal na mão, sangrando o lirismo contido que ainda tenho, na outra mão as folhas que estavam ali, com cheiro de folha em branco, assim convidativa, maliciosa, espertinha...ah sim as folhas em branco! Chega de falar delas.
Talvez que eu escreva sobre a Lua, ou sobre um cão que estava na sarjeta,...talvez um homem - cão que dormia num banco às margens do rio Parnaíba, no meio do dia...Talvez que eu faça poesias sobre os pássaros que sobrevivem ao Caos no meio da feira livre, não, acho que nós é que sobrevivemos,...o pássaros se fartam...e são assim, como todos que têm asas: difíceis de conquistar!!!
Ainda não achei o tal mote, escreverei um livro inteiro sobre ele...O MOTE! mote desgraçado...mote sem dramalhão...sem lirismo de beira de esquina...quero uma porrada, uma pancada de Mote na cara!

e viva a madrugada sem fim!
Viva a dor nos olhos de ficar aqui imaginando motes...enquanto isso a poesia desfila inquieta na minha frente, me xinga, me desmoraliza...mereço!
Viva , mais um viva aos dias curtos....às impressões que ficam nas calçadas, é terrível não poder trazê-las até este instante!
Viva aos meus cabelos que insistem em prender os sentidos que derramam de meu crânio...

e por fim: Viva ... a sua vida ...
que eu vou procurar meu mote!

Questão perene

Pergunta do ambiente
pergunta da vida
pergunta,vai...
e a resposta vai ser
a sempre mesma medíocre
a sempre mesma mundana
imunda
a sempre mesma

quer saber?
jogo tudo na privada
todos nas privadas vidas
aqueles nós que só sabem privar
e presos querem prender
e surdos querem rosnar
rosnem
e ouçam o eterno despertar

poesia
poesia
palavra macia que desce ouvido abaixo, ouvindo adentro
que promove a linguagem
que concentra o trabalho
que desperta
aperta, por vezes, o peito

ainda
ainda
repito o mote
ainda ainda
repito a morte do lirismo
contido
indeciso
infantil
talvez que seja apenas mais uma teimosa
e, na teimosia, promovo
promoves
nas tuas vidas
nas tuas vistas
poesia

rosa (prefiro as gérberas...têm mais vida)

ainda assim num copinho, com uma água odinária dá pra ficar bonita.

domingo, 30 de setembro de 2007

poema medíocre

Talvez que seja para triturar
o mistério do idioma
talvez que seja para conceber
ceder
absolutamente mentir
com todas as palavras
com seu léxico enfadonho
com o meu timbre sem respeito

Triturar
o mistério dentre as folhas
as serpentes de letras loucas
e abrir , estender no chão
deixar secar
secar
secar
até se quebrar

o vento leva... redemoinhos
misturam-se à pele, às pedras
bate na esquina
volta
em cima
bate no peito
alucina;...

talvez que seja
apenas
apenas seja
triturar o idioma
e, suada, trabalho
árduo trabalho
de reorganizar idiomático
emblema
morfema
nas folhas pálidas e ásperas...
e quem sabe um dia entender
esse tal que não se pega,
só se toca..
e a alma dança.

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Da real necessidade

- O que você precisa?

- Precisamente? Pesada mente? Contínua mente? Só mente?

Instantâneo.

Efervescentes pássaros tagarelas cheios de mãos que cutucam as feridas espalham mazelas e como sempre, no humano amargo cultivam a dor. Esse sangue que escorre nas cadeiras não sai do útero-ferimento, sai sim do pensar contente que se cultiva na farsa diária do diáfano sorriso, das palavras que fluem intensas e flutuam nos olhos taciturnos que na madrugada indagam:

Onde andas?

Com quem?

Quais os teus motivos (motores perdidos) combustíveis antigos...?

O músculo dolorido não cansa de brotar. E vai brotar sempre, pois, como já foi lido, dito e tantas vezes repetido: Em si plantando tudo dá!

Tudo dá para crescer e renascer. As mãos não acompanham as sensações, jamais...... fica muito perdido, perdidas sensações presas nos cabelos...as palavras se misturam, elas parecem fundir: nasce um novo idioma, assim idiomático, idiossincrático, dicotômico e dinâmico.

Deixe a língua se mexer! O rosto se contrai, mas não retrai nenhuma parte que não seja para ser traduzida, transferida, parida, cuspida e eternamente ferida jorrando o pulso, jorrando impulsos que não podem, não devem ou não querem se calar.

Não cale! Não pare! Uns se vão e as crias ficam nada é em vão. Vão sentir, pois tudo se baseia em, através dos poros todos do ser, sentir e traduzir universal e, por vezes, abissal sentir.

Abismado! Sim! Aquele que se abriga no abismo, no escuro e cinzento, na fumaça abstrata,... se repete, em si repete, tal qual som que reverbera no seu pobre vocabulário que se combina infinitamente e cria profundas melodias que sempre serão novas, mas com as mesmas notas que sempre sempre

Sempre

Sente?

Repetem-se. Competem. Compilação do ser.

Destinação da arte: inútil?

Parece. Parece que não para. Não pare na discórdia: tudo é um mote, um modo transversal-transformador de sintonias. Sintonias diferentes que ecoam ecoam ecoam em redundâncias mais que necessárias. Aquilo sim...sim...é poesia! Em cada folha, em cada texto, impregnado no contexto, designam as palavras: soldados universais para o que é inominável.

Vive-se em torno do que não se toca. E, se toca, é música e não se pode pegar.

Em 08/09/07

terça-feira, 18 de setembro de 2007

devaneio?

não há descrição suficiente: tudo se resume a taquicardias sucessivas e palavreados estúpidos ao mesmo tempo em que se pronunciam sentimentos abissais. Alma. Alma. As palavras possuem um gosto diferente e logo se percebe a lentidão no caminhado, os olhos mortificados e ao mesmo tempo cheios de vida.
Queria muito me abstrair dessa carência de compreensões,...mas talvez isso seja o tempero.

terça-feira, 4 de setembro de 2007

...

Incidente perene que permeia as vias que transmito, transcrevo, perpasso, autorizo que me leiam. A arte arde os olhos no êxtase supremo, êxtase orgásmico, êxtase esfuziante que encontrei no complemento.

sábado, 1 de setembro de 2007

...

amor é algo sublime:
que só as pessoas que se permitem podem sentir
uma vez inebriadas pelos suspiros ou soluços da paixão
elas ficam cegas
e essa paixão pode evoluir para amor
ou não
o amor não reclama posse
o amor não condena defeitos
o amor é incondicional
não se limita
ama por si só
ama por existência do ser amado
ama por se amar
ama por que o amado respira
por que o amado existe
e a amada?
a amada se sente
completude
inalcançável
grandiosa
peito aberto para o mundo
daí a relação com a arte
com o peito aberto se filtra o universo
com a alma desnuda parimos sentidos
se faz poesia
ainda que não seja poeta
se faz música sem saber tocar
se está nu
na sua miséria humana
despido de vergonhas
despido de falsas glórias
despido de máscaras
se é fraco
se é humano:
e só
humano
e se é amado.
Se é amado?
se chegou a este ponto,sim
se deixou alguém neste ponto
sim
o amor se liga à arte
pois deixa os seres humanos nus
despidos
de qualquer hipocrisia
mas se a hipocrisia chega:
o amor foge
a arte é morta
e não se brota
não se nasce
nem renasce
e fecha a porta
que vou bater
bater
bater
bater

papo down on me

pois é
deixar esse papo down pra lá
e levantar a cabeça de novo
a realidade me reclama presença
me reclama com voz grave
e estrondosa
a aí eu acordo em desacordo
em desagravo
em desapique
e deixo o coração ferido na gaveta
o sangue ainda escorrendo sai por entre as frestas de madeira
sai e mancha minha vida
para sempre
sem perdão.

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

ainda

ainda ontem...
sei não.
tudo tão perdido.

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Sou(L)

Não, não é nada de bonito, nada belo. Hoje eu quero as coisas sujas,...nada de lírios ou flores claras, quero o lixo.
Espírito indecente, loucuras inconsequentes...devaneios profanos.
Ontem eu quase não levantei da cama, o gosto de morangos mofados, os lábios inchados de uma porrada. Ontem quase fui embora de novo, mas as dores me mantiveram sóbria...deitada.
Se pudesse viajaria de volta para Vênus, ouvindo Radiohead no meu ônibus,... nada nada nada me faz mover os pés, nada me fez aquecer as mãos...
Palavras que poderiam vir para rimar.
Soluções que não fazem nada além de me destruir mais ainda.
Metades.
Metas.
Ainda fui alí, espiar o tempo na janela, quase me arrastando...quase me retirando de novo da órbita.
Eu te disse que daria náuseas morar na Terra...
Mas.
Mar
mas
Mar o mar o mar amar...
Ainda ontem eu fui ao inferno e as portas todas se abriram...
extravaso de novo nessa tentativa frustrada de parecer comigo.
Impossível.
Inefável
Infinito.

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Para Ana Marques

muito grave
grave
grávida
ávida por vida
brotando da barriga
circunstâncias graves
grave grave
não agrave
agrade
a agudez de sua barriga
vai brotaruma flor
grave menina de luz!

sábado, 11 de agosto de 2007

Madrugada Poesia

Os olhos pesam
A alma quer se sentir conectada
As paredes:
Concreto
O pensamento:
sintético
O ser humano sem demasias
Sem demoras se joga: língua
Os signos organizados
As sereias nadando em círculos
E o transtorno sendo burlado
Pela mão que desaba
Desata
Desatina a poesia
Pena, caneta, esfinge, teclado
Pesar, cantar, desistir? Jamais.
Pesadelo do protesto contido!
O escrito se aborrece com o fetiche do escritor
As palavras se tornam fugidias
Música
Música
Poesia.
Precisa de ritmo
Arritmia
Descontrola o pulso
Fecha o punho
Pomo da discórdia
Acordar mais uma vez para dentro de si
E descobrir que as fronteiras
Continuam ali para serem quebradas

Desatino de nós

são tantos os desatinos e disparates
tal qual pregos que caem numa bandeja de metal
ensurdecida
insandecida
por vezes tinindo
entrego o jogo
desato os nós deitada na grama
deitada na neve
com toneladas de devaneios sobre as sombrancelhas
a noite não me comove mais
e as luzes da manhã não despertaram ainda
piso devagar
divagando profana
mas os nós - todos nós - que criei
nós vamos sair dessa
nós não somos mais
todos eles desistiram
destruiram a colorida viagem
e me jogaram nas paragens
em frente a uma porta
que nunca vai se abrir.

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Manifesto antipoesia

O inebriante momento faz as letras transbordarem, loucas, indecisas...
E todos os poetas se excitam, têm os pêlos eriçados!
As palavras quebram os vidros e os estilhaços (ah!...os estilhaços); eles atingem corpos vazios que se cruzam nas horas sem luz!
Vire! O verso!
Vide o verso!
Vixe! O verso!
E os olhos ganharam novos traços
Não são cores
Não são luzes, brilhos ou desenhos
São inefáveis e são.
Tudo culpa desses poetas que uivavam nas noites grávidas,
Esses poetas que abriram os braços e feriram os códigos
E desferiram seus golpes
Balas perdidas
Transbordaram
Alguns chegam a parir os sentimentos!
Tudo culpa desses anormais, que sentem tristeza, que se embriagam nos motes lançados pelos suspiros!
Ah! Malditos Poetas!
Alguns se disfarçam de humanos, mas logo são notados por serem humanos demais, demasiados!
Mas?! Como? Haverá salvação?
Simples!
Para capturar um poeta basta utilizar como isca o Infinito que povoa as coisas todas do mundo, rapidamente serão atraídos, pois possuem na alma a ânsia de infinito!
Amarre-os com as cordas da Realidade, não os deixe usa-las como mote!
Depois lhes dê doses únicas de Razão, assim, meio que para matar os sonhos em excesso, isso sempre ajuda.
Com pregos faça-os manter os pés firmes no chão, não os deixe tocar o céu!
Depois disso, se diagnosticares borboletas no estômago, faça-os vomita-las! Caso contrário terá sido tudo em vão.
Vão! Agora vão!
Tragam esses malditos poetas para que não mais intoxiquem nossas vidas de sonhos, de prazeres em intrigar nossas almas!
Não podemos permitir que esses revolucionários continuem criando essas associações, como sindicatos: românticos, modernistas, parnasianos, simbolistas...bando de desocupados!
Ficam aí a vomitar sutilezas verbais! Ficam aí amando despudoradamente a vida!
Essas piruetas lingüísticas podem levar à morte! Cacem os poetas!
Não à subjetividade! Não ao sentimento denso!
Os poetas perturbam nossas mentes!
Realidade já!


Laís Romero

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Sem título

Vim de tão longe...
Vide meus olhos
rachados!
Manchados!
Vim de tão forte
sentimento, tão tanto
permanente, permuta...
Vide as minhas mãos
ensangüentadas!
Vim de dentro,
tão viva e pulsante
vide o infinito
no verso!

Laís Romero

sábado, 4 de agosto de 2007

que merda

não consigo parir uma poesia.
estou suada
trabalho de parto lingüístico
trabalho de inquietude suprema
merda!
os sentidos se contorcem sob a pele
Absorvo tudo e doloridamente fico aqui, escrevendo esses advérbios inúteis que não traduzem nada.
nem a metafísica
nem os olhos
nem a cor
as cores
os traços
que merda
que merda
não consigo parir
para poesia não há fórceps!
ahhhhhhhh

Não eu nem...

eu que nem sabia de nada, nem desconfiava. Imaginava de longe que as nuvens saberiam das verdades e quando eu fosse pra lá poderia desvendar os motivos, as loucuras e todos os sonhos.
Eu que nem crescí ainda, talvez que não pudesse descer as escadas, vencer os sentidos, inebriar o olhar...
Nem tinha cantado os versos, nem tinha esbarrado na razão...mas achei que...talvez se....
Ah.
Sempre que chega essa hora da noite, essa hora da noite ... ah! Eu fico assim,...nua, num canto do quarto.
quarto sentido.
quarto sentido.
sentindo que nunca mais, talvez...e se?

sexta-feira, 27 de julho de 2007

ebulição

Parar?
Não. Eu quero os sonhos livres
as folhas soltas
as cores inebriantes e tocando as estrelas
Parar?
Não.
Eu sou teimosa.
Me apaixono pela vida.
Quero achar normal o suor no meu rosto,
meus cabelos sujos, meu juízo perdido como os 20 anos permitem!
Não quero viver numa eterna propaganda de banco!
Não.
Quero chorar com angústia.
O meu prazer é sentir. Seja o que for. O meu prazer é profundo, é insano.
É o grito.
É jorrar cores!
Escrever com força até rasgar o papel.
Mas... os olhos censuram.
Olhos de esfinge que me castram sepultando toda a poesia dentro de uma cova chamada realidade.
Aí eu caio, eu mergulho em alta velocidade e quebro meus ossos , para o mais belo deleite do coro dos contentes! Contentes? Contente-se.

segunda-feira, 9 de julho de 2007

Aquele

Você cidadão do mundo
de tão entendido
estendido ficou
às protuberâncias e exuberâncias
das tardes noites que amanhecem sem fim
das longas datas que se enraivecem
dos cheiros e cores que se trocam
da mente que, entorpecida,se ata
se amarra
se desfaz
das algemas baratas
que aqui te guarda.

domingo, 8 de julho de 2007

Paralelo estar

Olhar no abismo
e deixar florir
Sentindo
(Pobre daquele que não se deixa florir...)

Olhar perdido
ambíguo
indecifrável
momento de florescência

Olhar no infinito
angústia de não caber
todo aquele inconstante
todo aquele instante
numa alma

nesta alma...

domingo, 1 de julho de 2007

sábado, 23 de junho de 2007

Em algum atlântico oceano


quando vem vem
vem igual chuva desaviso término de namoro
vem igual dor nos rins lágrima cisco no olho
vem igual vômito grito sorriso engasgo
vem igual a luz na velocidade do sorriso na alma desaviso
no poema improviso, compromisso descompromissado.

sexta-feira, 22 de junho de 2007

ha!



Impressões

apenas as mais (in) certas

as mais perdidas e pedidas

pelas minhas entranhas

partidas

morre não morre

explode

Pode ser que não more em mim

o infinito.

nada de mais

Uma lua invadiu meu corpo
uma dor inebriou minha mente
mente
simples
mente
e ainda
contente me contente hei
com aqueles, aquilos e mais
e menos
e tal.
Hoje não estou poesia.

domingo, 17 de junho de 2007

Hoje é um dia oceânico...desses que estamos densos...desses que estamos sem fôlego no meio de uma singular risada.
Ainda me pergunto o que faço, assim humana, nesse espaço virtual ...
acordada?
dormindo?

sei não.

Gérbera

sexta-feira, 15 de junho de 2007

Início

Humana demasiado humana postando aqui neste início um tanto desfacelado de uma nova página, eu ainda assim metamorfoseante tal qual chama de vela ao sabor de uma brisa lúdica, de um dedo atrevido ou de um simples sopro de criança.

não me apago assim tão fácil.