sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Rotina

Os pesadelos são constantes

E tudo leva ao A do meu nome

Tento correr mas não correspondo

E a cada giro tudo me perece pó

Meu medo.

O calor deriva da agonia

E nem sei mais se isso é possível

Respiro fundo

Fecho a alma e as pálpebras

No mais, prossigo

Cantando o nó da garganta.

Mais uma curva

As imagens surgem mudas na janela

O vidro é sujo,

O suor verdadeiro

Nos próximos minutos sairei deste delírio

E tudo voltará à sua loucura contínua...

Até lá meus olhos desobedecem

E o corpo só pode esperar.

domingo, 13 de dezembro de 2009

Diário

Tenho ouvido uma mesma música na esperança de que ela me absorva. É, absorver mesmo, assim como se eu pudesse entrar nela, sumir dentro de suas notas e passar a ser um ritmo, no mais abstrato que isso possa parecer. Fico repetindo a canção como uma maneira de prolongar o prazer que sinto ao ouvi-la. Inútil.
Meu inútil prazer.
Só meu.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

There she goes again, baby

Sempre me aproprio do que dizem por aí... nada mais natural. Humana em demasia... não é o que diz o endereço do blog?

There she goes again
She's out on the streets again
She's down on her knees, my friend
But you know she'll never ask you please again

Now take a look, there's no tears in her eyes
She won't take it from just any guy, what can you do?
You see her walkin' on down the street
Look at all your friends she's gonna meet
You better hit her

(...)

Now take a look, there's no tears in her eyes
Like a bird, you know she will fly, fly, fly away
See her walking on down the street
Look at all your friends that she's gonna meet
She's gonna bawl and shout


She's gonna work it

She's gonna work it out, bye bye
Bye bye baby
All right

(Velvet Underground & Nico)

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Necessidade, desejo, vontade...

Calma.
É tudo que preciso.
De tempo para desfrutar minutos de paz e silêncio.

Por um frio II

Fica tudo por um frio, um frio que seja de manifestação na atmosfera pesada que me rodeia. E ainda assim eu sinto medo. A tua face, a tua pele e o teu temor apenas me alimentam, desejo flamejante em todos os poros, quero ver o teu tremor também. E ainda assim o medo, o medo que me move as pernas depois, o medo que me debulha, me consome. Explosão em respiração profunda e gritos reprimidos, você treme, às vezes cai sentada no chão, eu sou imenso naquele milésimo de segundo, sou luz ou trevas, não sei ao certo, o que é certo é que consumo tudo ao meu redor, tomo de conta, como se diz por aí. E acaba. Repentino, desastroso como tem que ser. Tudo acaba. Pequeno e bobo, meu medo some, fica a impotência, a dor e o cansaço, o maior cansaço que uma montanha pode sentir. O maior cansaço, lá onde um gigante perece, onde fecho meus olhos, naquela penumbra que pisca por ser a luz de um televisor ligado. E eu só durmo assim.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Por um frio

Talvez eu tenha ficado duro demais e por fora essa dureza é menor. Pode acreditar meu amor, essa dureza por fora é menor, tenho medo da crueza de minha real indiferença, tenho medo de todos os outros que desejem meu desespero. Assim, esse medo é o que me faz companhia, mesmo quando estou confuso, ele é o mais perto que posso me aproximar do calor humano. Assim é real, não me desespero, quase nunca. Você sabe que quando choro é por impotência, e essa impotência que se pronuncia em meus atos é bem melhor representada pela violência depositada em coisas desprovidas de espírito e nervos.

sábado, 24 de outubro de 2009

Curtas



Gosto de te olhar

e ler poesia
Assim, todo dia...



...



Foi quando enfim me perderam que consegui me encontrar.

domingo, 11 de outubro de 2009

medíocres & prepotentes

Eu não sei escrever. Não sei recitar. Eu não nasci com um dom. Não ganhei nenhum prêmio literário. Não sou famosa no sudeste do Brasil. Não me formei num curso de Direito. Não sei desenhar, nem pintar, nem esculpir. Não publiquei nenhuma obra com 18 anos. Não revolucionei a sintaxe de minha língua. Não sou regionalista, nem ufanista, nem 'ista' nenhum. Não moro em Brasília, nem no Chile. Não sou marginal, nem alternativa, nem punk. Não falo 4 línguas, nem inventei uma. Não danço ballet, nem aprecio quem o faça. Não sei dançar. Não canto, nem toco nenhum instrumento. Não fui presa na ditadura, nem torturada. Não escrevi um best seller sobre minha prisão em 64. Não morri de tuberculose. Não me suicidei na Segunda Guerra. Não comprei ações e fiquei milionária. Não sou diplomata. Não escrevi cartas quando era diplomata. Não deixei minha amante morrer afogada. Não salvei poesias de um naufrágio enquanto minha amante morria. Não sei tudo de gramática. Não me formei em Português. Não tenho nome de flor. Não mudei meu nome. Não me casei com um filósofo famoso e suicida. Não tenho heterônimos. Não sei jogar xadrez. Não fiz cinema mudo. Não fiz cinema. Ninguém chorou em meus filmes. Não sou uma psicopata, nem sociopata nem nada disso. Sou o abstrato, o fim e o meio, o propósito e a falha.
No instante em que decifro o código que me faço sentido, existo, humana e ordinária.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Aos ipês floridos no caos

Hoje me agride o lirismo ufanista
me cansei de flores coloridas e perfeição
quero a falha
lamber o sangue e as feridas

Hoje o que me faz poesia
é o calor subindo do asfalto
a explosão dentro do grito
real, cru e seco

Hoje o humano me toca
no cerne e na carne,
quase sempre quente,
no olho violentado
da imundície do crepúsculo

Hoje, no desafio da lógica,
fazer do concreto música e poesia,
só me cansa o lirismo do impossível
literatura de beira de abismo
amor invisível ao chão

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Luto.

Olha, eu só queria espalhar aos quatro ventos que vou viver a plenos pulmões por eles, e eles vão viver para sempre.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Sobral 07/ 09 / 09

A fuligem dos carros
incomoda minhas narinas
e suja meus pés

Nesta sacada
o vento passa
e sutilmente
leva nossas vidas

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Os aviões do planalto

Hoje eu estava numa parada de ônibus às 6 e 37 da manhã quando um avião passou riscando o céu. Me espantei e imediatamente pensei: vem de Brasília. Estranho, mas eu vou explicar... A primeira vez que vi um avião decolar eu era bem pequena, e foi aqui mesmo em Teresina, naquele aeroporto que até hoje (vinte e poucos anos depois) ainda tem um único portão de embarque. Eu fui lá para embarcar uma tia que morou e mora a vida inteira na capital brasileira, e vez ou outra nos visitava em inconstâncias da vida. Cresci acompanhando idas e vindas da família nômade, que hoje entendo das mudanças, mas na época eram um atrativo a mais na brincadeira de menina: montar e desmontar malas, casas, vidas... Na adolescência fui crescendo vendo meus primos indo e voltando quase que anualmente, momentos de lágrimas e confidências eternas do florescer da maturidade, noites em claro, festas, brincadeiras... o avião pousava chegando de Brasília, o avião decolava em direção a Brasília, sempre esse mesmo rumo, na chegada a festa, na ida o choro. Por morar na zona sul de Teresina, quando eu chegava em casa ainda podia ver o avião riscando o céu, indo para a Brasília que só fui visitar depois dos 15 anos, e particularmente não entendi o atrativo que aquela cidade exercia sobre meus familiares... desencantos à parte vejo que ainda hoje, qualquer avião que cruze o céu acima de minha cabeça estará indo ou voltando do planalto central.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

domingo, 16 de agosto de 2009

Hiatos

Essencialmente me encaixo nas almas sonhadoras com olhos bem abertos sempre encarando os detalhes. Um susto ou um choro quase sempre preso na garganta, uma lágrima prestes a romper a realidade. Outro ponto interessante é que recentemente tenho estado mais tempo a sonhar do que a viver o que me faz menos tangível a cada instante. Quando não sonho são os hiatos, terríveis hiatos que me carregam a alma e as poesias.

(...) Nunca saberemos até que ponto as nossas vidas mudariam se certas frases ouvidas mas não percebidas tivessem sido entendidas, O melhor, penso eu, seria começar por não fazer de conta que não percebemos as outras, as claras e directas, Tem toda razão, mas há pessoas a quem atrai mais o duvidoso que o certo, menos o objecto do que o vestígio dele, mais a pegada na areia do que o animal que a deixou, são os sonhadores (...)

José Saramago, In: História do cerco de Lisboa. Pág. 265 e 266

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Na minha vida também, Caio

Os Mestres são muitos, e os nossos diálogos são violentos. Às vezes meu silêncio traduz milhas, e fico observando o muito acontecer...
Hoje me deparei com ele me dizendo o transcrito abaixo:

"Você quer escrever. Certo, mas você quer escrever? Ou todo mundo te cobra e você acha que tem que escrever? Sei que não é simplório assim, e tem mil coisas outras envolvidas nisso. Mas de repente você pode estar confuso porque fica todo mundo te cobrando, como é que é, e a sua obra?{…}Você só tem que escrever se isso vier de dentro pra fora, caso contrário não vai prestar, eu tenho certeza, você poderá enganar a alguns, mas não enganaria a si e, portanto, não preencheria esse oco. Não tem demônio nenhum se interpondo entre você e a máquina. O que tem é uma questão de honestidade básica. Essa perguntinha: você quer mesmo escrever? Isolando as cobranças, você continua querendo? Então vai, remexe fundo, como diz um poeta gaúcho, Gabriel de Britto Velho, “apaga o cigarro no peito / diz pra ti o que não gostas de ouvir / diz tudo”. Isso é escrever. Tira sangue com as unhas. E não importa a forma, não importa a “função social”, nem nada, não importa que, a princípio, seja apenas uma espécie de auto-exorcismo. Mas tem que sangrar a-bun-dan-te-men-te. Você não está com medo dessa entrega? Porque dói, dói, dói. É de uma solidão assustadora. A única recompensa é aquilo que Laing diz que é a única coisa que pode nos salvar da loucura, do suicídio, da auto-anulação: um sentimento de glória interior. Essa expressão é fundamental na minha vida.

Caio Fernando Abreu in Carta ao Zézim

segunda-feira, 27 de julho de 2009

O primo Vassili

Hoje foi um dia de silêncio.
Me deparei com um país distante e com uma poesia próxima, me deparei com história e com violência no versar silencioso. Paradoxo, uma vez que os versos deveriam ser feitos para serem gritados até a ultima fração de fôlego. Resquícios de ar ainda ficariam no peito, envergonhados de não terem saído com a poesia abrupta.
Hoje me deparei com a música na vida. Escrevo para o mundo cantar, e todos se identificarem, e para que o uso destes versos seja proveitoso. Me suicido, me mordo e grito absurdos na escuridão diária, estou dentro de uma caixa e nenhum faz o favor de encontrar meu encanto. Não é drama ou vocativo, é aposto explicando nas metáforas mais sanguinárias como ser poeta em meio ao barulho da correria, o aleijão do trabalho de ouro. Querem se abraçar e se sufocam todos, não sabem o que fazer, mas eu também já fui um tolo, me apertei em tantos abraços achando que amava os outros...
Taxar de confuso é fácil e satisfatório, uma vez que se sentiriam superiores os tantos esquecidos do poder do versar. Não escrevo em versos justamente por estar presa na falta, por ainda ser petrificada, e hoje é dia de silêncio e não de gritos, é dia de ouvir e não de cantar. Hoje não é dia de festas, é lamentação de vazios de dor. Sem sombra de dúvidas estou em um hiato, desses que fervem a alma na necessidade de entender mais, de saber mais. Não que seja ruim este desejo, mas a ânsia consome como qualquer outra, cheia de tentáculos e imprevistos, cheia de sussurros e de gritos a soletrar sutilezas que não acalmam.
Vou trilhando, construindo um caminho cheio de voltas, segurando em minhas próprias mãos suadas, sozinhas e necessárias.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Cantiga em azulejo vagabundo

Uma pedrinha de frieza
é azul e melindrosa
se infiltra deliciosamente
na crua carne cor de rosa

Não me tirem essa frieza
que de mim já faz parte
uma hora eu sumo
e o que restar vira arte

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Assim:

as mãos enormes
e a boca expressiva.
Nos olhos denúncia,
e a vida
(incômodo)
quase sempre vazia.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Trimera Revista




Fico cada dia mais feliz com as visitas e comentários neste blog. Muitíssimo obrigada. E agora dando o devido valor a um trabalho que participo, este post tem como utilidade divulgar a revista Trimera, na qual presto meus singelos serviços de "arroz", ou seja, acompanho de tudo dentro dela.
Ela já está no número 3, as anteriores podem ser conferidas no blog da revista: Trimera.
A referida em questão está nas bancas de revistas de nossa querida Teresina e algumas do interior do Piauí. Espero que apreciem este trabalho que, ao contrário de muito que se grita pela nossa cidade a respeito de cultura, sobrevive e cresce valorizando artistas da terra do sol!


O preço é o de sempre, só R$3,00 reais.


Agradeço desde já, pois sei que irão se deleitar com o nosso trabalho!

(Quem diria hein? Uma propaganda por aqui! Mas, já foi dito por aí que investir em cultura é mais barato que arcar com as despesas da ignorância...)

domingo, 28 de junho de 2009

Da poesia na vida

Bobeira de domingo, resolvi escrever algo para descongestionar o juízo. Estava lendo Ana Cristina César e ruminando idéias poéticas, mais ainda, revivendo minha história com a poesia. Sempre vi simplicidade na poesia, até nas mais complexas, sempre li poesia, desde que me entendo por leitora ( isso vem lá dos 10 anos de idade). Aos onze anos ganhei um concurso de poesia na escola, o título do poema era O mar, cheio de rimas e música... ainda me lembro dele, mas vou me resguardar na desculpa de que quero publicá-lo em um possível livro.
Todo início de ano era a mesma coisa: mamãe comprava os livros e eu ia pra uma rede verde em meu quarto me deitava e lia todas as poesias dos livros de português... depois de ler eu inventava melodias para todas elas, e cantava horas a fio, balançando na rede verde, looonge... espero poder proporcionar viagem semelhante ao meu filhote. Assim me acostumei, me apaixonei por essa forma de escrita que continuo cultivando em minha vida. Coleciono cadernos e agendas desde a mesma idade, 10 anos, escrevia cartas e mais cartas, músicas, meus dias... tudo era grande o suficiente para virar um texto, para se imortalizar em uma página, duas, três... e assim até hoje. Mesmo com o advento tecnológico do blog continuo escrevendo em um caderno, às vezes retiro de meu caderno e coloco aqui, partilho com quem mais se interesse... alguns que acham interessante, e quase sempre recebo um comentário, um palpite, um convite, uma prosa... é delicioso. Até quando me deprime, até quando escrevo o piegas, quando fico aqui conversando aparentemente sozinha, mas que de todas as formas me alivia. Escrevo partilhando, escrevo imortalizando, escrevo para matar também. Escrevo sem vergonhas e escrevo com respeito. O essencial para a poesia é tê-la vivido, e respeitar os signos que utilizamos. Sem dúvida, dom e prática trazem perfeição.
Preciso de muito mais, eu sei, por isso falo tanto em ânsia de infinito e em estar preparada. Eu vivo a poesia acima de tudo, e nada melhor que a paixão em nossas vidas. Essa comoção amaldiçoada e essencial...

Au revoir!

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Toda lucidez será castigada

Existe uma tempestade não muito longe daqui. Vivo na iminência dela. O ar ao meu redor está sempre pesado e o sol não é uma opção. Muitos não entendem o que digo ou sinto, mas sei que há uma tempestade não muito longe daqui. Quando eu tinha 9 anos me senti tão perto desse temporal que parecia chover dentro de mim. Hoje sou muitas e todas ficamos tensas quando a tempestade se aproxima. É que ficamos com o corpo febril, o ar estranho nos torna densas. Os olhos ficam bem abertos, alta percepção, uma grande angular que captura as essências das imagens.
Há uma tempestade não muito longe daqui e ela sempre tem raios. Eu sei pois o céu pisca estranho quando ela se aproxima, sei do cheiro de ozônio, sei do medo de trovão. A tempestade me persegue mas nunca me alcançou na vida por isso é que ando quase sempre alterada Tenho medo da tempestade: ela pode me cegar, me d i s s o l v e r , me entregar...

sexta-feira, 19 de junho de 2009

domingo, 7 de junho de 2009

.


Velarei teu sono como se hoje fosse o último dia deste mundo e teu desejo apenas sonhar...


sexta-feira, 15 de maio de 2009

"Do que em mim é de mim tão desigual"

Quero a felicidade daqueles instantes insanos. Quero me ver livre dos fantasmas que trouxestes. Quero a sabedoria de amanhã, mas quero agora! Quero a dor de mais viver, que sou carne e vou morrer. Quero o respirar macio do depois. Quero a taquicardia do mês inteiro. Quero o instante que já passou, já passou... Quero aquele teu sorriso agonizante. Quero o sono mais gentil. Quero o que não me foi ofertado em gratidão. Quero a lentidão das possibilidades da velhice. Quero os dedos e os anéis. Quero a mais alta nota musical. Quero o veludo moldado à machadadas numa tábua de madeira. Quero o carinho também. Quero o grito, a alma e o osso. Quero continuar caindo no fosso do amor.

Escrevo neste instante minhas tolices mais mundanas. Muito prazer em ser humana.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

De fragmentos paradoxais

Quase sempre o olho mira de longe, e todos os dias serão os últimos.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Nordeste

Quando não é 8 é 80. É a melhor expressão para o que está ocorrendo aqui onde vivo. Quando não está quase que pegando fogo, está assim, alagada, submersa... mesopotâmia desesperada...
Além de tantas outras cidades ilhadas no resto do Piauí e outros estados.
O presidente vem olhar, prometer... sobrevoar o desespero.
Para meus escassos visitantes fica a deixa... vez por outra algum de fora passa por aqui:

CONTA BANCÁRIA PARA DOAÇÕES:
Conta 7720-8 Ag. 3791-5
Banco do Brasil - Sec. Mun. de Trabalho, Cidadania e Ass. Social

Já são mais de 8000 famílias desabrigadas.



Pontos para captação de donativos em Teresina:

Teresina Shopping (Rua Raul Lopes, 1000 - Noivos)

Canadá Veículos (Av. João XXIII, 1720 A - Noivos)

Empório Veículos (Av. João XXIII)

Dafra Motos (Av. Miguel Rosa)

TV Cidade Verde (Rua Valença, 3737 - Taboleta)

Buriti Propaganda (Rua Angélica, 927, ao lado do Favorito Comidas Típicas)

Jus Navigandi (Rua Santa Luzia, 2480, por trás do Banco do Brasil da Piçarra)

W7 (Av. Nossa Senhora de Fátima, 1557 - Ed Monsenhor Chaves, Sala 107)

Espaço Cultural Raízes (Rua Dirce Oliveira, Ininga, ao lado do muro da UFPI. Somente sexta, sábado e domingo, durante todo o dia, sendo que haverá um evento para arrecadar mais alimentos e roupas no domingo)

Se você tem alguma dúvida sobre como realizar as doações, pode entrar em contato com a Defesa Civil do Piauí.


Pessoal do Twitter que resolveu se organizar:

Zonas Centro e Sul:

Av. Barão de Castelo Branco, 2145, apto.203 (no cruzamento da Maternidade Evangelina Rosa, um prédio com portão grande na frente).

Zona Leste:

Rua Prof. Adalgisa Paiva, 1236, Morada do Sol (Próx. à Marçonaria)

Rua Angélica, 927, Bairro de Fátima (Rua do Favorito Comidas Típicas).


Zona Norte:

Rua Amazonas, 2246, Marquês (casa verde ao lado da Maria da Paz Buffet)

Rua Miguel Alves, 4651. (Próx. Balão da Coca-Cola e ao Hosp. do Buenos Aires.)




sexta-feira, 1 de maio de 2009

Carta para ti

Você?

A tua mania de saber de tudo, de dominar tantos artefatos, de traduzir tantas imensidões... e nada te detém, adoro ver o vaguear de teus olhos. Se precisasse te traduzir nada seria certeiro, nadando em tuas imperfeições eu me transporto para além de mim, além de tudo, fico ali emblemática no meu momento esfuziante: luz piscando em milésimos de segundos, paixão.

Mas sabe o que mais dói? Essa tua mania de se comparar, de estar perdido na penumbra de atrevimentos tolos; pode perguntar tudo o que quiser... eu sempre vou responder em prontidão apaixonada, olhar terno ou invadido.

Mas sabe o que mais dói mesmo? É saber que amo, e dentro da reciprocidade de tal sentimento saber que não há justiça, que um lado se afoga mais, que um se treme mais.

Eu não sou tua dona. O malfadar de nossas brigas se refletem nessa constante. Tu não me domina. Não que tu saibas, não que eu queira te dizer.

E ainda mais, existem milhares de detalhes, como gotas de chuva numa superfície esmaltada: elas estão lá, mas se tentares tocar elas fogem, se unem umas às outras e escorrem numa corrente maior... lágrima.

Sim eu já guardo mágoas. De tanto tentar te deter em abraço, e você ser escorregadio.

Guardo também admiração: você ser alado, e é de conhecimento comum, os que têm asas são difíceis de conquistar.

Te aguardo todos os dias, dentro da dissimulação de ser forte, de ser fria quando o que me move é paixão, o que me move é desejo, é sentido.

Esperança inútil, eu bem sei.

Soul apaixonada.

Meu bem eu faço drama. Altero meu discurso numa previsão falha de tuas respostas, e me apaixono sempre quando me espanto: você é terno ser também.

Meu bem eu me perturbo. Quase todos os dias, todos os dias, quase todas as horas meus cabelos seguram pensamentos diversos.

Meu bem eu te amo. Sempre. Com todas as declarações impossíveis, com todas as músicas de ganhar ou perder, com todas as situações que ainda nem vivemos, ou que nem vamos viver.

Meu bem eu exagero. Dentro destas repetições aparentemente abstratas, dentro destas cartas absurdas.

domingo, 19 de abril de 2009

Falésia

Dessas muitas faces que me aparecem
encontro sempre o aconchego
de luzes infinitas
piscando no fundo de teus olhos
molhados.

Seria palimpsesto a ser desvendado?
Ou o véu que te inebria
é convite desnecessário
para pulo abissal?

Não há atrevimento que responda
nem domínio
que minha escassa ciência permita explicar.
Somos apenas o mais puro e catastrófico
conceito de falésia.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Mais ou menos assim...

Hoje não há lirismo. Só o gosto do sangue na boca e a valentia me acompanhando.

Hoje não há espaço para lirismo. Só a vontade pulsando em todos os poros dilatados.

Hoje só há o calor, e a morte espreitando a clarear fios nas cabeças dos humanos.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

O divagar da oficina

Se eu dissesse que vivo em intensidade
e não me contento com mediocridade
diriam que minto
sou poesia medíocre.
Se eu disser que não é medíocre
e que me liberto em êxtase
e perco até o foco
diriam que ainda assim
não cheguei ao ponto certo.
E aí se eu responder
que não acredito em poesia
sem ter sido vivida
lá dirão que não vivi
e sobre nada poetiso
sobre nada eu sei
e sei muito nada
e derramo nada em toda parte
num gesto extremo de liberdade
em paranóia autêntica e comum
comum às almas todas que vagam em desespero
sempre com uma falha no canto do olho
aquele canto que nunca fica parado.
Fica pairando.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

"Diversonagem"



Aqueles que se jogam no precipício esperando serem salvos por uma rede invisível, são os mesmos que escrevem poesia sem tê-la vivido e acham medíocre o falar sobre amor.

Eu também escrevo para me ver livre.

terça-feira, 31 de março de 2009

Como se fosse ele



Ela é linda e inconstante. Vive me testando... um dia desses eu me canso, ou bato nela. Tento encontrar alguma falha no fundo do olho dela, alguma desconexão, algum desespero que eu desconheça, e o pior é que encontro, mas não digo nada. Quero que ela venha me dizer. Ela é tão difícil quanto bela. Pessoa diferente, não julgo, só deprecio isso quando ela se acha demais... aí eu piso sem dó nessas viagens dela... é tão linda viajando. Gosto dos cabelos dela... eles guardam mil coisas, guardam palavras e sonhos, guardam meus sonhos quando dormimos juntos. Ela sempre sente frio quando dorme comigo, acho que é charme pra ser abraçada. E eu abraço, sem precisar de charme nem nada. Adoro quando ela fica existindo do meu lado... só existindo ali, sentada, distraída com qualquer coisa que não seja eu. Quando conto alguma história ou ensino algo novo ela fica prestando atenção, calada, me medindo com os olhos escuros... queria saber o que se passa ali. Mas não posso, ou não devo. Ela é louca por mim, apaixonada, tanto que às vezes fico perdido na ansiedade dela. Acho que ela tenta me manipular, mas eu já fiz tanto isso... tanto... que sei de todos os truques. Eu quero tudo pra mim. E sei que consigo tudo. Só não sei quando ... ela é tão inconstante... eu a amo.


domingo, 29 de março de 2009

Luto!

Visitei poucas vezes o Teatro do Dirceu ( sim, é do Dirceu, acho mais belo), mas tenho ciência do trabalho desenvolvido por lá. Meus interesses de ação cultural se manifestaram em outras formas, e mantenho como exemplo o trabalho do Núcleo.
A polêmica que se instaura no presente momento trouxe a mim, como cidadã teresinense, e pessoa que se interessa pelas artes aqui produzidas um profundo sentimento de revolta, mãos atadas, raiva e humilhação. Raiva por sentir mais uma vez que nada funciona em Teresina, que competência não importa se você não agrada aos poderosos, que um círculo pequeno e ridículo é quem manda, e o prefeito dá o aval... Um prefeito que nunca esteve no teatro, nem sei se ele já esteve no Dirceu! Um presidente da fundação municipal de cultura que dita. Punho de aço, mente de pedra.
Me pergunto até quando vamos deixar que isso caia num poço vergonhoso de esquecimento. Até quando vamos assistir mais e mais artistas saírem daqui por não encontrarem espaço... e s p a ç o... lugar, reconhecimento, identidade! O Piauí não tem identidade. Vai morrer e enterrar-se em temas batidos e abatidos... não se fomenta cultura aqui! Se dita! Se grita e a vanguarda se cala. Não há espaço. Não sou do núcleo de criação, sequer sou alguém com voz forte nesta guerra, mas me sinto igualmente violentada, agredida, desde sempre... não há espaço! Eu escrevo, tenho pretensões nesta área, mas me vejo presa a uma "cultura" de publicações pobres, capas exaustivamente repetidas, temas abatidos... eu não vou escrever sobre as mesmas lendas, nem vou sufocar Torquato neto, ou Mário Faustino, nada contra termos conhecimento de nossos ilustres, mas precisamos de espaço, repito! De espaço para inovar: liberdade...
Sinto vergonha de ser piauiense neste instante. Me manifesto como posso, e não vou parar por aqui.

Carta de Demissão de Marcelo Evelin.

.:As Mulheres:.

Frida Kahlo.

Foi desterritorializante me deparar com as imagens de sangue e paixão. Foi violento e delicioso. Ainda o é. Tanto as imagens como a história dela são apaixonantes... Me encontrei com um quadro de Frida por acaso, algum livro solto numa biblioteca da minha infância (foram muitas as que eu baguncei) trouxe aquela pintura dolorida e bela. Cresci com aquilo, e acabei me encontrando com ela novamente, pesquisando, nada mais por acaso, afinal de contas eu virei mulher e pude compreender muito do que Frida exibia, visceral. Tive aulas de amor com Frida. Tive visões de medo, de coragem, de sonhos... ainda as tenho, sempre que possível.
É mais uma das mulheres. Me sinto bem quando tenho esses encontros, eles só aumentam a concepção que tenho de que nós mulheres temos uma linguagem única em comum, desenvolvida a duras penas.

sexta-feira, 27 de março de 2009

De longe

Já dá pra me ouvir meu bem... daí você já pode me ouvir.
Pode vir, o acaso cuida de resolver os nós.
Aqueles nós que insistem em tropeços e lágrimas.
Eu sempre fico de longe gritando, e de perto fico bem grande, tão grande barulho...
Pode vir, eu quero. Já tenho espaço, e não saio correndo, nunca mais fiz isso.
Daqui eu te escutei, te senti.
Já pode ficar. Desde sempre.


segunda-feira, 23 de março de 2009

.



Muito obrigada a todos que me ajudam a fazer este blog: visitantes, seguidores, amigos...


Chegamos às 3000 visitas!


Obrigadíssima!


segunda-feira, 16 de março de 2009

Da revelação poética ou devaneio divino

Criar um incômodo tamanho que deixe os peitos todos dilascerados. Escrever, transcrever: melhor ainda, criar uma condição desesperadora.
Que o mundo tema cada verso meu em sabor desconhecido, em grito surdo, sonora agitação em frequência desumana.
Que o timbre da música de antes do antes esteja presa no ritmo de cada quebra, de cada tom, de cada verso meu.
Nenhum verso é meu! Exclamo o porém... pois que saibam, esses versos, caminhar pisando forte em desespero n'alma das pessoas.
O meu canto é visceral, e o meu horror minha companhia: a poesia é rito, magia... os gritos tem marcações secretas, ritmo do fim anterior ao fim. O amor é desespero, e a cólera traz a febre da criação.
O meu canto é real, não existe simbologia na dor e na imagem, tudo é ação.
A minha música se derrama afim, e o triste fim se declina começo, é o paradoxo de olhar no espelho e ver um outro tão ausente.
Os dedos estão amarrados, mas o peito exala sussurros...
É um grito colorido (em predominância a ausência de cor).
O meu canto não é covarde e a explosão agora reverbera em cada célula.
Não quero parar.
Não existem fronteiras.


Gostaria de estar preparada.

sexta-feira, 13 de março de 2009

.: As Mulheres:.



Polly Jean Harvey.

Faz tempo que eu queria fazer isso, não vou escrever nenhum artigo sobre, mas apenas explicitar o quanto sofro influências, etc e tal.
Série das mulheres que também sou. De fato somos muitas "e sempre e tanto"...
Pra começar estamos na música e a Polly encanta, atitude, charme, independência, voz maravilhosa, compositora, atriz ........... traduz tanto, e ainda tem uma cara super marcante: não é o estereótipo de beleza, mas tem traços estupendos... Me sinto por demais. A primeira vez que me deparei com esta mulher foi em um clip estranho do show da PJ no Brasil, fiquei estarrecida, confesso que a encontrei tarde dentro das minhas necessidades de expressão na música, faz 4 anos... mas me sinto feliz de tê-la encontrado.
Não é o que chamo de exemplo, não sofro de inveja como quando odeio o Saramago... ouvi-la é mais como uma tradução.

quinta-feira, 12 de março de 2009

.

Acordar com o mundo

que viverei para sempre

que não mais tropeçarei.


Acordar de papel assinado

que não posso me perder

que sentimentos tenham extensão exata

que as medidas das coisas

sejam os centímetros de minhas mãos.


Expressar em esquinas irreversíveis

os desencontros mais esperados

os deveres pesados e loucos

as palavras a balbuciar mundo novo.


Esperar que meu terno ser sirva

de algo na realidade aparente

como um traje de gala

para versar o amor.

Trecho

- Moça, eu adoro tudo que você esconde.

( Príncipe lindo em cima de um cavalo branco)






sexta-feira, 6 de março de 2009

Para Zorbba

quem é do amor não engana
ama mesmo a duras penas
por isso não são pequenas
as doces vezes do amor
quem é do amor é mais quente
viaja contra a corrente
tem sangue de aguardente
nas doces veias do amor

(...)

quem é do amor somos nós
consolo dos idiotas
chave de se abrir portas
dupla que se satisfaz
que amor assim é pros vivos
pros rituais pros sentidos
não é para ser escrito
não é pros livros que se faz

Sérgio Sampaio

quinta-feira, 5 de março de 2009

Resposta

- Bom dia mal humorada!

- Não é mau humor, é meio amor!

quarta-feira, 4 de março de 2009

terça-feira, 3 de março de 2009

... ... . .

Eu sinto demais.
Fico vagueando dentro dessa imensidão de possibilidades.























































é tão chato perecer com esse espaço.
Me entrego demasiado.
Mamãe me disse que é errado.

sábado, 28 de fevereiro de 2009

6 coisas, 6 links




Indicação da L-nise, e resolvi participar: afinal de contas linkar nunca é demais... faz bem pro blog.
Regras: 6 coisas sobre mim, 6 indicações. (simples demais)

1- Canto bem alto quando estou sozinha. Tão bom...
2- Cubro meu pescoço quando vou dormir, tenho medo de vampiros.
3- Calço 38.
4- Levo sempre uma leitura ao banheiro.
5- Adoro me apaixonar.
6- Tive muito medo de me tornar mãe. Hoje tenho medo de me tornar uma mãe ruim.

Os links:

A desjanela dela, Divina devana, Um copo de caos, O quarto branco, Mercadoria da boa e Penso torto.

Divirtam-se!

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Um conto

Deitada no sofá, naquela pose bem retrô, cabelos quase atravessando o chão, olhos caídos e densos.
Se mantinha com a postura leve, mas os passos e mãos pareciam amarrados sempre que possível, tradução do improvável, manipulação: jogos de armar.
Gostava de se esconder na noite pesada. Plúmbea madrugada, morada da cor de seus olhos loucos. Nascida em flor azul, traduzida de línguas extintas, línguas mortas, esculpida em colunas gregas, em face ao mar, cheiro de orvalho salgado. E sucumbia a qualquer insano prazer, mas na medida de suas indagações resolvia/revolvia feridas no compasso acelerado da volta à realidade comum responsável: era sua melhor fotografia.
Se fosse possível olhar agora seria notável sua pose grave, os olhos rasgados na face. A boca esculpida em pedra fria guardava quente veneno, perdas e danos de uma criatura inconstante. Escandalosamente espalha sorrisos pelo vento numa tentativa desesperada de curar o desapique do peito.
No meio de tantos suplícios, no travesseiro das lamentações, no decorrer da história em tinta preta, encontrou o brilho de outros olhos atenciosos. Estes seus que sempre marejavam diante da extensão insuportável que pode ser a vida, estes seus olhos que muito trabalharam na focalização do belo... estavam ali, brilhando frente à luz.
O amor é formidável.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Restos de explosões

Eu sou dessas pessoas que gritam no escuro esperando sempre uma resposta.
Uma resposta à altura.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

...

Não entendo o sumiço das palavras de meu blog.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Incompetência lírica

Neste instante gostaria de doer em alguém:
"Estou viva!" Pensaria a pessoa, e eu seria a causa disto.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Chico

Me assusto todas as vezes que encontro trechos de músicas de Chico Buarque no mundo virtual de amigos. As traduções cruéis de desconfortos, desagravos e desapiques de relacionamentos amorosos é recorrente dentro da língua poética (maravilhosa) de Chico, principalmente em se tratando do lado feminino.

Não, solidão, hoje não quero me retocar
Nesse salão de tristeza onde as outras penteiam mágoas
Deixo que as águas invadam meu rosto
Gosto de me ver chorar
Finjo que estão me vendo
Eu preciso me mostrar

Maltratando, exibindo a alma, ou repetindo versos feitos de quando nos perdemos uns dos outros...

Éramos nós
Estreitos nós
Enquanto tu
És laço frouxo
Tira as mãos de mim
Põe as mãos em mim
E
vê se a febre dele
Guardada em mim
Te
contagia um pouco


Não vou colocar trecho nenhum de olhos nos olhos, crueldade por crueldade fica o trecho acima, ou abaixo:

De todas as maneiras que há de amar
Nós já nos amamos
Com todas as palavras feitas pra sangrar
Já nos cortamos
Agora já passa da hora, tá lindo lá fora
Larga a minha mão, solta as unhas do meu coração
Que ele está apressado
E desanda a bater desvairado
Quando entra o verão

Qualquer um cantarolando Chico estremece a alma do parceiro ( se este puser no dia um mínimo de sensibilidade é claro), e numa separação qualquer o bom e velho bonitão de meia idade está lá, sussurrando as palavras certas, as traduções mais precisas...

Vou chegar
A qualquer hora ao meu lugar
E se uma outra pretendia um dia te roubar
Dispensa essa vadia
Eu vou voltar
Vou subir
A nossa escada, a escada, a escada, a escada
Meu amor eu, vou partir
De novo e sempre, feito viciada
Eu vou voltar

É por essas e outras que me preocupo. Quando se recorre a Chico não existe outra explicação senão: foi uma pancada muito forte, uma dor muito aguda ( redundâncias à parte), uma torturante hora que não permitiu pensamentos, e o Chico estava lá, era a tradução precisa, com todas as metáforas, metonímias, ditados, e nunca exagerado.

Na galeria, cada clarão
É como um dia depois de outro dia
Abrindo um salão
Passas em exposição
Passas
sem ver teu vigia
Catando a poesia
Que entornas no chão

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Confissão

Meu nome é Laís. Sou viciada em tristeza. Pelo menos uma vez ao mês saboto minha existência inteira, caio em um poço escuríssimo. Meu auge de prazer é soluçar em pranto exagerado: agressões gratuitas às pessoas que amo, jogo sonhos janela afora, grito aos quatro ventos as desgraças do mundo. Depois do pico da crise me sento totalmente sem forças, realizada de ser a criatura mais triste do universo.
No dia seguinte me levanto como uma pessoa normal, com os sonhos armados, um longo caminho pela frente (não fosse a ressaca moral, tudo estaria perfeito). Peço desculpas, procuro entrar no controle de sempre, e caminho ereta. Fora de meu vício ridículo.
Repulsiva.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Prêmio



O blog Alecrim e o sufoco atmosférico agradece às indicações que já se somam em três, para o prêmio em questão. Não agradeço como Laís Romero pois o blog não é só meu, mas de todos que contribuem em ações concretas, visitas, sentimentos, existências que aqui transitam e nem percebem. Obrigada a todos.

Em especial aos que premiaram o Alecrim:

A desjanela dela - Arianne Pirajá ( a primeira indicação)
Mercadoria da Boa - Lucas C.
O quarto Branco - Zorbba Igreja

O prêmio possui três regras:

1 - Aceitar exibir a imagem
2 - Linkar o blog do qual recebeu o prêmio
3 - Escolher 15 blogs para entregar o prêmio dardos

Uma breve descrição:

"
Com o Prêmio Dardos se reconhece o trabalho que o blogueiro mostra em seu empenho por transmitir valores culturais, éticos, literários, pessoais etc., que, em suma, demonstram sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto entre suas letras, entre suas palavras"


E os indicados são:

O quarto branco - Zorbba Igreja
A desjanela dela - Arianne Pirajá
Mercadoria da boa - Lucas C.
23 do 3 - Aline Chaves
Entrebares - João Henrique
l- nise - Elenise Penha
Versos e cores - Elenise Penha
Penso Torto - David Leão
Retalhos sem tempo - Aline Chaves e Zorbba Igreja
Ensimesmamentos - Anna Patrícia


Parabéns!!

Por enquanto é só. Alguns que sempre leio, que me perco e que valem a pena ser premiados.





segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Hoje estou presa no mangue tenebroso ( ou traduções sem utilidade aparente)

Seria interessante se eu conseguisse escrever mais diretamente o que pretendo. O grande problema é que sou muito sentimentos e todo mundo sabe que escrevemos com palavras e não com sentimentos.
O que pode ser feito de tamanho disparate?
...
Fico a flutuar em imensas horas gritantes
dependurada nos ponteiros dos relógios que esmagam os solitários,
(mas eu não pareço solitária) por isso mesmo é que estou a perecer.
Todos os dias atravessando becos construídos pelas metades: muros concretos em ruas imaginárias.
E acordar quando o que eu queria mesmo era dormir bem, e muito, e espantar os pesadelos com beijos, e mãos que segurem as minhas.
Vigiar o sono dos que me fazem sofrer de amor: é tão difícil sobreviver a um ser amado!
Sussurrar em desabamentos, ter a angústia expelida em horas não escolhidas, o terrível alívio de traduzir algo, mesmo que mudem os sentidos, mesmo que não seja entendido nunca.
Procuro enfim:
vestir o meu terno ser poeta e gritar as mais sonoras extensões de mim.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Instantes perturbados

Pare o pulso que o instante traz demais no mais não cabe em si que por menos eu não me entrego e ainda assim preciso me permitir.
Pare que eu não pulso duas vezes antes de apagar que quando partir vai ser pra cem pedaços que do mesmo jeito que amo é que me temo exagerada.
Pulse que eu sinto menos a cada tapa meu rosto inchado das palavras ainda pensa contorcido e despedaça na parede: não há janela não há espaço e o suspiro fica pela metade quando o grito morre à tentativa frustrada numa taquicardia homeopática.

sábado, 3 de janeiro de 2009

O primeiro mês

Eu quero o exagero das coisas totais.
Alguns dias de espera são também os meus...