sexta-feira, 10 de abril de 2009

O divagar da oficina

Se eu dissesse que vivo em intensidade
e não me contento com mediocridade
diriam que minto
sou poesia medíocre.
Se eu disser que não é medíocre
e que me liberto em êxtase
e perco até o foco
diriam que ainda assim
não cheguei ao ponto certo.
E aí se eu responder
que não acredito em poesia
sem ter sido vivida
lá dirão que não vivi
e sobre nada poetiso
sobre nada eu sei
e sei muito nada
e derramo nada em toda parte
num gesto extremo de liberdade
em paranóia autêntica e comum
comum às almas todas que vagam em desespero
sempre com uma falha no canto do olho
aquele canto que nunca fica parado.
Fica pairando.

2 comentários:

Elena disse...

Ah Laís! Fico perdida no teu lirismo pontudo e afiado.

Unknown disse...

é..
é...
é?
é!
é.
é;
é*