sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Rotina

Os pesadelos são constantes

E tudo leva ao A do meu nome

Tento correr mas não correspondo

E a cada giro tudo me perece pó

Meu medo.

O calor deriva da agonia

E nem sei mais se isso é possível

Respiro fundo

Fecho a alma e as pálpebras

No mais, prossigo

Cantando o nó da garganta.

Mais uma curva

As imagens surgem mudas na janela

O vidro é sujo,

O suor verdadeiro

Nos próximos minutos sairei deste delírio

E tudo voltará à sua loucura contínua...

Até lá meus olhos desobedecem

E o corpo só pode esperar.

domingo, 13 de dezembro de 2009

Diário

Tenho ouvido uma mesma música na esperança de que ela me absorva. É, absorver mesmo, assim como se eu pudesse entrar nela, sumir dentro de suas notas e passar a ser um ritmo, no mais abstrato que isso possa parecer. Fico repetindo a canção como uma maneira de prolongar o prazer que sinto ao ouvi-la. Inútil.
Meu inútil prazer.
Só meu.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

There she goes again, baby

Sempre me aproprio do que dizem por aí... nada mais natural. Humana em demasia... não é o que diz o endereço do blog?

There she goes again
She's out on the streets again
She's down on her knees, my friend
But you know she'll never ask you please again

Now take a look, there's no tears in her eyes
She won't take it from just any guy, what can you do?
You see her walkin' on down the street
Look at all your friends she's gonna meet
You better hit her

(...)

Now take a look, there's no tears in her eyes
Like a bird, you know she will fly, fly, fly away
See her walking on down the street
Look at all your friends that she's gonna meet
She's gonna bawl and shout


She's gonna work it

She's gonna work it out, bye bye
Bye bye baby
All right

(Velvet Underground & Nico)

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Necessidade, desejo, vontade...

Calma.
É tudo que preciso.
De tempo para desfrutar minutos de paz e silêncio.

Por um frio II

Fica tudo por um frio, um frio que seja de manifestação na atmosfera pesada que me rodeia. E ainda assim eu sinto medo. A tua face, a tua pele e o teu temor apenas me alimentam, desejo flamejante em todos os poros, quero ver o teu tremor também. E ainda assim o medo, o medo que me move as pernas depois, o medo que me debulha, me consome. Explosão em respiração profunda e gritos reprimidos, você treme, às vezes cai sentada no chão, eu sou imenso naquele milésimo de segundo, sou luz ou trevas, não sei ao certo, o que é certo é que consumo tudo ao meu redor, tomo de conta, como se diz por aí. E acaba. Repentino, desastroso como tem que ser. Tudo acaba. Pequeno e bobo, meu medo some, fica a impotência, a dor e o cansaço, o maior cansaço que uma montanha pode sentir. O maior cansaço, lá onde um gigante perece, onde fecho meus olhos, naquela penumbra que pisca por ser a luz de um televisor ligado. E eu só durmo assim.