quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Por um frio II

Fica tudo por um frio, um frio que seja de manifestação na atmosfera pesada que me rodeia. E ainda assim eu sinto medo. A tua face, a tua pele e o teu temor apenas me alimentam, desejo flamejante em todos os poros, quero ver o teu tremor também. E ainda assim o medo, o medo que me move as pernas depois, o medo que me debulha, me consome. Explosão em respiração profunda e gritos reprimidos, você treme, às vezes cai sentada no chão, eu sou imenso naquele milésimo de segundo, sou luz ou trevas, não sei ao certo, o que é certo é que consumo tudo ao meu redor, tomo de conta, como se diz por aí. E acaba. Repentino, desastroso como tem que ser. Tudo acaba. Pequeno e bobo, meu medo some, fica a impotência, a dor e o cansaço, o maior cansaço que uma montanha pode sentir. O maior cansaço, lá onde um gigante perece, onde fecho meus olhos, naquela penumbra que pisca por ser a luz de um televisor ligado. E eu só durmo assim.

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