quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Não me espera
senta lá fora e fica
olhando o céu
um Órion atravessado
na retina
enquanto Plêiades dançam
carinhosas.

Pode ficar aí
sem pressa
eu não volto meu bem
não me espera
o sabor da vida
é não saber
como manter
as feridas abertas.

Qualquer dia desses
eu passo por aqui
apareço em riso.
O desespero é meu
compromisso
e por causa disso
eu imploro,
como quem nada quer,
o meu simples desejo:
não me espera.

2 comentários:

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Belíssimo!

Mexeu aqui:

"[...]
o sabor da vida
é não saber
como manter
as feridas abertas.
[...]"


Penso, não me espera, diz.espera.ação nas entrelinhas do horizonte...

:D

Cacau disse...

uma palavra: belíssimo