- O que você precisa?
- Precisamente? Pesada mente? Contínua mente? Só mente?
Instantâneo.
Efervescentes pássaros tagarelas cheios de mãos que cutucam as feridas espalham mazelas e como sempre, no humano amargo cultivam a dor. Esse sangue que escorre nas cadeiras não sai do útero-ferimento, sai sim do pensar contente que se cultiva na farsa diária do diáfano sorriso, das palavras que fluem intensas e flutuam nos olhos taciturnos que na madrugada indagam:
Onde andas?
Com quem?
Quais os teus motivos (motores perdidos) combustíveis antigos...?
O músculo dolorido não cansa de brotar. E vai brotar sempre, pois, como já foi lido, dito e tantas vezes repetido: Em si plantando tudo dá!
Tudo dá para crescer e renascer. As mãos não acompanham as sensações, jamais...... fica muito perdido, perdidas sensações presas nos cabelos...as palavras se misturam, elas parecem fundir: nasce um novo idioma, assim idiomático, idiossincrático, dicotômico e dinâmico.
Deixe a língua se mexer! O rosto se contrai, mas não retrai nenhuma parte que não seja para ser traduzida, transferida, parida, cuspida e eternamente ferida jorrando o pulso, jorrando impulsos que não podem, não devem ou não querem se calar.
Não cale! Não pare! Uns se vão e as crias ficam nada é
Abismado! Sim! Aquele que se abriga no abismo, no escuro e cinzento, na fumaça abstrata,... se repete, em si repete, tal qual som que reverbera no seu pobre vocabulário que se combina infinitamente e cria profundas melodias que sempre serão novas, mas com as mesmas notas que sempre sempre
Sempre
Sente?
Repetem-se. Competem. Compilação do ser.
Destinação da arte: inútil?
Parece. Parece que não para. Não pare na discórdia: tudo é um mote, um modo transversal-transformador de sintonias. Sintonias diferentes que ecoam ecoam ecoam em redundâncias mais que necessárias. Aquilo sim...sim...é poesia! Em cada folha, em cada texto, impregnado no contexto, designam as palavras: soldados universais para o que é inominável.
Vive-se em torno do que não se toca. E, se toca, é música e não se pode pegar.
Em 08/09/07
Um comentário:
Laís,
ainda bem que as taquicardias continuam. Ando te achando calada...calada... Você saltou dos abismos Cesários verdianos e caiu nos braços de Florbela Espanca. Nossa Floberlinha que foi a maior princesa dos sonetos, tinha esse seu jeito agônico de escrever.
Felizes agonias, poeta!!!!!
beijo em flor.
www.rosakapila.zip.net
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