domingo, 13 de janeiro de 2008

Descida

Preciso de silêncio, de silenciar tantas vozes que ficam a repetir motes e palavras, reticências...reticências...reticências...
Fica o contexto de minha boca exalando sinestesias abissais, é como uma profunda reflexão a respeito de cores e sons, cheiros e luzes, letras que falam e deixam as vidas mais reais.
Hoje não queria estar com essa impaciência dentro da mente, essa impaciência para escrever algo me toma, me transborda, me morde o espírito! Isso me dói, uma fragilidade que me deixa constantemente nua...Uma fragilidade maravilhosamente dolorosa...
Ainda persiste a impaciência, mesmo consistindo em umas poucas horas de inconstância.
Sabe, queria apenas escrever alguma coisa menos metalingüística, é tão simples mas tão.
O' tão', primo do 'tanto', alguma coisa do 'talvez', irmão do 'muito'.São assim que algumas palavras me convém e convém ao contexto, dentro das colorações em que alivio o peso de sentir todos os minutos, todos os estalos que o relógio dá quando algum segundo passa, sentir puramente sentir cada pisada no chão de uma forma diferente, talvez sentir até as famosas náuseas que alguns sentem com o movimento da Terra... absurdo gostoso absurdo.
A repetição que vem pra afirmar um sentir, e volto ao sentir...um arrepio constante vem instalado na minha parte esquerda do corpo. O que haverá de ser? É bom. Só sei disso... é um conforto que me distrai, me destrói também, me destrói a concentração de mergulho nessas palavras.
Quebrando, quebrando de forma sutil o contexto, se é que há alguma quebrada sutil, quero me lembrar de que... é que, mais ou menos...vou lembrar...é...
Preciso de mais silêncio, preciso de menos precisar, de mais reagir de tanto tão tudo contanto todavia não obstante entretanto talvez contudo... preciso tanto de mim.

Um comentário:

L-nise disse...

eu ainda sinto náuseas por conta dessa rotação...