quinta-feira, 29 de maio de 2008

Banzo

Já chegou batendo portas..., desejou intensamente que os ventos levassem os gritos, que as horas passassem bem rápido, que a luz não viesse em raios que machucam tanto os olhos.
Retrucando tudo, resguardando-se do perigo de se mostrar demais : hermética. Nada de intimidar nada, ela era ela na hora mais exata possível. Um frasco frágil de burrice na medida certa.
E olha que todo dia era o dia todo de demasias perigosas, de respirar, de doer, de transgredir alguma vírgula precisa. Precisa disso?
Acordar nunca foi o seu forte, muito menos dormir... mas prefere sonhos silenciosos, prefere a calma penumbra, não quer mais correr. Não quer mais fugir... nem saber de si direito...
O rosto é um palimpsesto: sorriso em primeiro plano. É preciso olhar de perto...
As mãos extravasam um ofício tão enaltecido pelos sentidos, uns acontecimentos sonoros, coloridos e reais.
Sabe o que é? Só prefere realizar o múltiplo que existe dentro de si... tudo palpável.
Só precisa de paz essa criatura que não descansa nunca, infernizada num banzo sem fim, numas horas em que acredita não existir par para si.
Que que há?

O que é que há?
Talvez o nada em demasia prejudique.
Talvez o exagero e a inconsequência...ou quem sabe a dúvida...
Talvez a burrice seja um empréstimo genético: uma continuação da estirpe dos exagerados que se sentem grandiosos e exaltam loucura. . .

Queria tanto abraçar o tudo!

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