segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Oração substantiva subjetiva direta

Respiração compassada
as mãos e os pé trêmulos
no permanente mutado humano
na carne
no cerne
no viver de toda hora recolher
recolher a cada espasmo o não-normal
restaurar cada lasca de pedra que se solta
que remota remonta uma vida que não é nossa

imagine-se não sendo
imagine-se não penso
não torto
não imaginando

recolho os cacos espalhados
de explosões mentais
recolho os muitos transbordantes
recolho o sentir dentro do infinito
recolho no sem fim
recolho no muito
recolho para não conter

contradito
contraído o músculo maior sempre pulsa
contraio cada prédio da cidade
cada carro que me esmaga
me engasga com a fumaça
cada cigarro contra o peito
cada mão
cada (pre) conceito inaudito, fingido.

Não, não sou nada. Imagino?
Só o caminho corrente é o mais penso, penso de pensar...
Só o dia de hoje me convém,
amanhã sempre estará tudo bem!
Só o agora interessa,... amanhã?
Não eu nunca tive pressa de fazer esse inominável!
O amanhã não existe meu bem!

Segundo
segundo
segundo
60 segundos e não há um primeiro
é sempre o segundo que vem e não se percebe que já



j...
passou!

Repito
sou reescritora
e os meus gritos só ecoam...
no tempo vivente na esquina do vento
meus giros ressoam cada humano nó, nós todos

Impressiona-me sempre
esse correr sem sair do lugar
refletir-se no opaco mundo mudo
que pretende o que não dá
que promete o que não soul
não é contradição
é extração de matéria
substantiva subjetiva direta!

Um comentário:

Anônimo disse...

comé q tu consegue ser tão expressiva desse jeito? pessegaaaa!!!

muah