quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Depressão pós pós

Insistência e necessidade, as duas ordens dos dias que venho passando sem conseguir o velho impulso que me guiava a escrita. O peso das coisas tem triplicado, e as dores sendo mais agudas (sim eu sofro de dores crônicas), tudo se encarrega de me deixar em um estado letárgico, como se minhas mãos estivessem cortadas e caídas ao chão. Sofro por não conseguir concretizar os devaneios e imagens em poesia, sofro por não mais conseguir a esfuziante paixão por algo que eu tenha parido nas entrelinhas. É um vazio pós parto que me domina, um vácuo entre obras, uma inexatidão, imprecisão, um descompasso, desconsolo, desapique e o que mais se queira traduzir essa falta de expressões e construções. Me sinto derrotada, mas quem se importa? Talvez se eu cortasse uma orelha, se eu quebrasse uma perna em cena, se eu mudasse de profissão ou ainda criasse um drama de proporções faraônicas ou me aventurasse numa odisséia... talvez eu morra no talvez. Quero uma explosão, estou cheia de fragmentos e restos. Algo grande se aproxima.

2 comentários:

Dreamer disse...

Sofro do mesmo desalinho na arte de enfileirar letras. As minhas chegaram à curiosa idade da aventura e vivem se espalhando pelo mundo, perdendo-se de mim. Pior é deixar quieto, na esperança de que essas adolescentes teimosas não-nascidas venham fazer visita vez ou outra.

JACONIAS DIAS RODRIGUES disse...

Gostei do seu Blog. A net precisa de idéias inusitadas, palavras que geram movimento e atitudes que mexam com a forma de ser e estar no mundo; e seu blog se enquadra nesse perfil.Não deixe de atualizar sempre. Abraços.