segunda-feira, 8 de março de 2010

Alma verso.

Em estado selvagem a dor alcança meu seio farto de pretensões. Nada em mim acontece sem querer e o sabor triplica em desespero quando sei que consegui meu objetivo. É preciso bem mais se eu quiser saber, é preciso mais força, muito mais força para alcançar o espaço-tempo a que me proponho, absurda talvez, mas sempre alerta. Estive no meio do nada com tanta coisa pequena num universo tão grande, acredito desde pequenininha que quando meus olhos alcançam paisagens imensas a minha alma fica também imensa, o meu corpo, que é tão pouco e tão efêmero estremece quando a alma entra em contato com a imensidão das paragens desconhecidas, das conhecidas, das grandes. A grandeza física das coisas me atrai e o infinito me deprime, uma vez que não sei ainda como alcançá-lo, o infinito me consome. Fico ansiosa toda vez que percorro o infinito, eu não sei percorrê-lo, penso nele todo dia, estou nele, ele cresce, cresce, cresce... uma loucura me provoca, uma angústia me leva a saber que faço parte do infinito, parte de algo que não tem tamanhos ou partes, isso não me acalma. Aí é quando sei que somos tudo e que qualquer coisa é tudo, e paro. Quieta escuto o tudo em mim. Quieta sei que sou também infinita. Quieta vou me desintegrando no ar, vagarosamente, para formar outros universos... versos.